Candidatos do PL com tornozeleira eletrônica se elegem
Cumprindo medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes, candidatos disputaram a eleição com tornozeleira e sem acessar as redes
atualizado
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Alguns candidatos que disputaram as eleições este ano tiveram de fazer campanha usando tornozeleiras eletrônicas. Nessas condições, dois políticos do PL de Jair Bolsonaro conseguiram se eleger no Espírito Santo. Eles cumprem medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na capital, Vitória, Armandinho Fontoura recebeu 3.076 votos e retorna à Câmara Municipal. Ele foi preso e afastado do cargo em 2022, por determinação de Moraes. Fontoura é investigado por suposta atuação em milícia digital dedicada à incitação de atos antidemocráticos e divulgação de notícias falsas sobre o STF e a segurança das urnas eletrônicas. Ele foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica e proibido de usar as redes sociais.
Também filiado ao PL, Fabiano Oliveira, conhecido como Pastor Fabiano, foi eleito vereador em Vila Velha, na Grande Vitória, com 2.964 votos. Oliveira teve sua prisão decretada em 2022 e ficou cinco dias foragido. Ele acabou localizado pela Polícia Federal em uma manifestação, segundo o STF, de caráter golpista, em frente ao 38º Batalhão de Infantaria do Exército.
O pastor foi libertado um ano depois. As medidas cautelares incluíam a proibição de usar as redes sociais dele.
O PL teve ainda um candidato a prefeito de Vitória punido por Moraes. O deputado estadual Lucínio Castelo de Assumção, conhecido como Capitão Assumção, fez campanha com tornozeleira eletrônica e sem acesso às redes sociais. Ele foi preso em fevereiro deste ano por descumprir medidas cautelares impostas por Moraes.
Ao contrário dos colegas, no entanto, Assumção não conseguiu se eleger. Com 17.946 votos, o militar ficou em quarto lugar na disputa, vencida pelo atual prefeito reeleito, Lorenzo Pazolini, do Republicanos.