metropoles.com

Bug em aplicativo do Exército expõe plano de assessores de Bolsonaro

Um bug em um aplicativo de mensagens usado pelo Exército fez com que investigados recorressem o WhatsApp; veja os diálogos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
bug Militares do Exército usando celular.
1 de 1 bug Militares do Exército usando celular. - Foto: Reprodução

Um instabilidade no UNA, aplicativo de mensagens utilizado pelo Exército, foi crucial para a Polícia Federal chegar a assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro que monitoraram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Com o app indisponível por conta do bug, eles recorreram ao WhatsApp e, dessa forma, os diálogos caíram nas mãos de investigadores que descobriram um plano para matar o magistrado, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Segundo a investigação, militares sob o comando de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, iniciaram o monitoramento de Moraes após a eleição presidencial. A operação clandestina foi deflagrada em dezembro e recebeu o nome de “Copa 2022”. Os seis participantes adotaram nomes de países para não mencionarem seus nomes verdadeiros. A comunicação foi concentrada no UNA e no aplicativo Signal, para evitar que os dados caíssem nas mãos da polícia.

7 imagens
Dialogo de militares sobre a operação "Copa 2022", para monitorar o ministro do STF Alexandre de Moraes
Mauro Cid e mais colegas do Exército se referiram ao ministro do STF Alexandre de Moraes como "professora"
O tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira
Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante todo o governo
General Mario Fernandes visitou Mauro Cid na prisão ao lado de Pazuello em maio de 2023
1 de 7

Dialogo de militares sobre a operação "Copa 2022", para monitorar o ministro do STF Alexandre de Moraes

PF
2 de 7

Dialogo de militares sobre a operação "Copa 2022", para monitorar o ministro do STF Alexandre de Moraes

PF
3 de 7

Mauro Cid e mais colegas do Exército se referiram ao ministro do STF Alexandre de Moraes como "professora"

Reprodução
4 de 7

O tenente-coronel do Exército Rafael Martins de Oliveira

Reprodução
5 de 7

Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante todo o governo

Hugo Barreto/Metrópoles
6 de 7

General Mario Fernandes visitou Mauro Cid na prisão ao lado de Pazuello em maio de 2023

Reprodução
7 de 7

Mário Fernandes

Reprodução

No dia 15/11 de 2022, ainda na fase preparatória da operação, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira encaminhou a Mauro Cid no WhatsApp um documento protegido por senha, intitulado Copa 2022. “Pelo teor do diálogo, seria uma estimativa de gastos para possivelmente viabilizar as ações”, diz a investigação da PF. Rafael foi preso pela Polícia Federal nesta quinta-feira (19/11), junto com general Mario Fernandes, que foi ministro interino da Secretaria Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro. Eis o diálogo:

  • Rafael Oliveira: “Estou com as necessidades iniciais. [Oliveira, então, envia o arquivo “Copa 2022”]. O UNA está bugado! Depois apaga”.
  • Mauro Cid: “Manda uma estimativa do valor total”.
  • Rafael Oliveira: “Aquele valor de 100 se encaixa na estimativa”.
  • Mauro Cid: “Preciso urgente”
  • Rafael Oliveira: “Incluso vou transformar o material em dinheiro. Além da acomodação”.

“Pelo que se obteve, o evento Copa 2022 contou com a participação de pelo menos seis pessoas, possivelmente militares de Forças Especiais, registrando, no contexto, a relevante atuação de Rafael Martins de Oliveira”, diz um trecho da investigação. De acordo com a PF, o objetivo final das ações seria a prisão ou a morte do ministro Alexandre de Moraes.

Moraes era chamado de “professora”

Ainda de acordo com a investigação, os militares utilizaram o codinome “professora”, para não explicitar referências ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado é professor de direito na Universidade de São Paulo (USP).

“Por onde anda a Professora?”, perguntou Mauro Cid em um dos diálogos. O assessor especial coronel Marcelo Câmara respondeu: “Informação que foi para uma escola em SP”. Ontem”. Em seguida, o ajudante de ordens de Bolsonaro pergunta se haveria previsão de retorno do ministro, possivelmente para Brasília.

“Somente para início do ano letivo. Apesar ter a previsão do período de recuperação. Tem dúvida”, respondeu Marcelo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?