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Brazão diz ter provas de “excelente relação” com Marielle

Documento entregue pelo deputado Brazão ao Conselho de Ética nega envolvimento com milícias e aponta “excelente relação” com Marielle

atualizado

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Brazão Marielle Franco
1 de 1 Brazão Marielle Franco - Foto: Reprodução

A defesa do deputado Chiquinho Brazão alegou que os depoimentos colhidos pelo Conselho de Ética da Câmara mostraram uma “excelente relação” entre o parlamentar e a vereadora Marielle Franco quando ambos exerciam mandatos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Brazão está preso desde março, acusado pela Polícia Federal de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle e Anderson Gomes em 2018. Ele responde a processo no Conselho de Ética que pode resultar na cassação de seu mandato como deputado.

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O deputado federal Tarcísio Motta, que atuou com Marielle na Câmara do Rio
Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão – acusados de matar Marielle Franco
Chiquinho Brazão prestou depoimento por videoconferência ao Conselho de Ética
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Marielle Franco era vereadora do Rio de Janeiro (RJ) pelo PSol

Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro
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O deputado federal Tarcísio Motta, que atuou com Marielle na Câmara do Rio

Renato Araujo/Câmara dos Deputados
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Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão – acusados de matar Marielle Franco

Montagem sobre fotos da Camara dos Deputados, EBC, e Alerj
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Chiquinho Brazão prestou depoimento por videoconferência ao Conselho de Ética

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

“Alisando-se o teor de cada depoimento prestado, dúvida não há de que cada elemento da infundada acusação movida em face do deputado Chiquinho foi por água abaixo: Chiquinho e Marielle eram colegas que tinham excelente relação; não há nada que associe o Chiquinho às atividades de milícia; o tema da regularização fundiária não era pauta da Marielle; a regularização fundiária é uma demanda histórica da população do Rio de Janeiro e contraria os interesses da milícia”, disse a defesa de Brazão em suas alegações finais no processo de cassação.

Em julho, o Conselho de Ética ouviu o testemunho de vereadores e ex-vereadores do Rio de Janeiro, assessores e ex-assessores, que relataram embates entre Brazão e Marielle. Os três ascusados de planejar a morte de Marielle, Chiquinho Brazão, seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, pretaram depoimentos nos dias 15 e 16 de julho.

Hoje deputado federal, o ex-vereador Tarcísio Motta disse em seu depoimento que Brazão impediu a entrada de parlamentares do PSol, entre eles Marielle Franco, na Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal, no período em que presidiu o colegiado.

A comissão era responsável pela elaboração de “planos setoriais, regionais e locais, cadastro territorial do município, realização de obras e serviços públicos e preservação das áreas verdes e de lazer”. De acordo com as investigações da Polícia Federal, um dos motivos que levou Brazão a encomendar a morte de Marielle foi a atuação da vereadora contra o loteamento de terras em áreas de milícias na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral de Brazão.

“Marielle era a maior ameaça aos interesses urbanísticos da milícia naquele momento. Essa atuação tinha que parar. Era o que a milícia mais odiava. Então, eles decidiram por uma assassinato político, para fazer o terror, para amendrontar a bancada do PSol. Mas eles não imaginaram a reação que essa morte teria”, disse Motta.

Nas alegações finais, a defesa de Brazão também lembrou do parecer do deputado Guilherme Boulos, que pediu o arquivamento do processo aberto contra André Janones pela prática de “rachadinha” em seu gabinete.

O argumento de Boulos foi de que, como a gravação que mostravam Janones cobrando parte dos salários de seus assessores – divulgada pela coluna – havia sido feita em 2019, no mandato anterior do deputado, o caso não poderia mais ser julgado pelo colegiado. Para a defesa de Brazão, o mesmo argumento se aplica ao acusado pela morte de Marielle, uma vez que o crime aconteceu em 2018.

O documento protocolado no Conselho de Ética nega ainda o envolvimento de Brazão com milícias do Rio de Janeiro e ataca a credibilidade do ex-policial militar Ronnie Lessa, executor confesso de Marielle e autor da delação premiada que denunciou o deputado como um dos mandantes do crime.

De acordo com o plano de trabalho apresentado pela relatora do processo contra Brazão no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha, o trâmite da ação está na fase diligências complementares. O plano de trabalho não estabelece uma data para apresentação do parecer da relatora. A coluna tentou contato com Jack Rocha, mas ela não respondeu às mensagens. O espaço segue aberto.

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