Boulos lança críticas a Israel e também ao Hamas
Pré-candidato do PSol em São Paulo, Boulos condenou ações terroristas do Hamas, mas classificou resposta de Israel como “ataques desmedidos”
atualizado
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O deputado federal e pré-candidato do PSol à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, lançou críticas Israel e também ao Hamas sobre a guerra da Faixa de Gaza. As declarações foram feitas durante entrevista concedida à Rádio Band News nesta segunda-feira (19/2).
“Eu já deixei claro o meu posicionamento, acho que a diplomacia brasileira também, que é um posicionamento que condena os ataques terroristas feitos pelos Hamas, exige a libertação dos reféns. Ao mesmo tempo que condena os ataques desmedidos feitos pelo exército de Israel, sob o comando de Benjamin Netanyahu, um representante de extrema-direita questionado dentro de Israel, inclusive, que já mataram mais de 30 mil pessoas na Faixa de Gaza, sendo 10 mil crianças”, disse o deputado.
“Eu acho que esse posicionamento que a diplomacia brasileira tem levado para o cenário internacional é um posicionamento correto, de fazer esse questionamento. De se opor aos ataques terroristas e, ao mesmo tempo, aos bombardeios a hospitais, bombardeios a escolas, assassinato indiscriminado e crianças na Faixa de Gaza. Esse é o posicionamento que eu tenho”, afirmou Boulos.
O pré-candidato a prefeito de São Paulo rebateu as críticas às declarações de Lula sobre o conflito em Gaza, mas não quis avaliar se o presidente exagerou ao comparar as ações de Israel na região ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista.
“Agora, me espanta muito algumas pessoas que desde ontem e anteontem saíram para atacar o presidente Lula em alto e bom som, que de muitas delas eu não ouvi uma só palavra condenando ataque a crianças, uma só palavra condenando bombardeios indiscriminados em Gaza. Nós não podemos ter dupla moralidade. A vida de uma criança israelense vale tanto quanto a vida de uma criança palestina, tanto quanto a vida de uma criança brasileira. Nós não podemos dizer que algumas vidas podem ser exterminadas sem nenhum tipo de questionamento. Acho que o Brasil, desse ponto de vista, tem usado a sua diplomacia, a sua referência internacional, para pedir o cessar-fogo”, disse.
“Eu não sou comentarista das falas do presidente da República. Ele teve 60 milhões de votos. Eu não sou candidato a prefeito de Tel Aviv. Eu sou candidato a prefeito de São Paulo. Quero discutir os temas da cidade de São Paulo”, concluiu Boulos.