Boulos fala sobre sondagem para trocar o PSol pelo PT
Deputado federal, Guilherme Boulos recebeu sondagens para trocar o PSol pelo PT, a fim de ter mais estrutura eleitoral
atualizado
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O deputado Guilherme Boulos afirmou que não trocará o PSol pelo PT e negou ter planos de concorrer ao Senado nas eleições de 2026. Em entrevista à coluna, o parlamentar disse não nutrir mágoas do diretório paulista do partido, a despeito do fogo amigo de aliados que criticaram o apoio de Lula ao psolista na eleição em São Paulo. O congressista foi derrotado no segundo turno pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
“Estou muito bem onde estou. Quando entrei na disputa política institucional, vindo de muitos anos de militância no movimento social, e o PSol foi o partido que me acolheu. É um partido onde me sinto representado pela sua direção, pelos seus quadros políticos e pelas suas pautas. Isso [troca de legenda] não está posto”, disse Boulos.
Boulos teve origem política no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Sua primeira disputa eleitoral foi à Presidência da República em 2018, quando ficou conhecido pelos seus embates contra Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo que se apresentava como uma alternativa à esquerda fora do PT.
Em 2022, o PSol entendeu que deveria unir forças com o PT, e Boulos foi candidato a deputado federal, em vez de concorrer ao Governo de São Paulo. Foi um pedido pessoal de Lula, que tentou eleger Fernando Haddad para a gestão paulista. Em troca, os petistas deveriam apoiar o psolista para disputar a capital neste ano.
Uma ala do partido do presidente Lula, porém, resistiu. O secretário de comunicação da sigla, deputado Jilmar Tatto, chegou a dar entrevistas alegando que se tratava de um “jogo de perde-perde”. Nos bastidores, parte do PSol chegou a acusar os aliados de sabotagem. Questionado se a postura petista foi correta durante a campanha, Boulos pontuou:
“Sou muito grato pela maneira como o PT se engajou na minha campanha em São Paulo. Construí uma relação de confiança e amizade com lideranças do PT-SP, estiveram no núcleo duro da minha campanha o tempo todo, foram grandes parceiros e se dedicaram de corpo e alma. A presidente Gleisi trabalhou para a alocação de fundos na nossa campanha. Lula foi um parceiro de primeira hora”.
Questionado especificamente sobre o núcleo que resistia à sua campanha, ele minimiza: “De fato, o que houve foi posicionamento contrário de um grupo específico do PT. Mas mesmo o grupo do Jilmar se envolveu e entrou na campanha, quando a coisa começou para valer. Não tenho nada a reclamar do PT de São Paulo, foram muito corretos e muito leais comigo”.