“Boulos enterrou candidatura ao livrar Janones”, dispara Pablo Marçal
Pablo Marçal acompanhou sessão do Conselho de Ética da Câmara que arquivou caso de rachadinha contra Janones, seguindo parecer de Boulos
atualizado
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Para o empresário e influenciador Pablo Marçal, o deputado Guilherme Boulos “enterrou” sua pré-candidatura à prefeitura de São Paulo nesta quarta-feira (5/6). O motivo é o parecer que livrou André Janones de uma possível cassação do mandato pela prática de rachadinha em seu gabinete.
Por 12 votos a 5, o Conselho de Ética da Câmara aprovou o relatório de Boulos recomendando o arquivamento da ação por quebra de decoro parlamentar impetrada contra Janones pelo PL. Sob os protestos de parlamentares de esquerda, Marçal, que também pretende disputar a prefeitura de São Paulo, acompanhou a sessão sentado ao lado dos integrantes do Conselho, mesmo sem ser deputado.
“O Guilherme Boulos enterra hoje a pré-candidatura dele a prefeito de São Paulo. E eu já estava alertando. Tem um fato concreto: não vai ter segundo turno em São Paulo por causa disso. Porque isso aí é roubo certo”, disse Marçal à coluna, após a votação.
“Um cara desses, sendo relator de um processo desses, vai colocar a mão numa prefeitura de quase R$ 1 trilhão, terceiro maior orçamento. Para quem não conhece o Brasil, o maior orçamento é o do governo federal, o segundo é o do estado São Paulo e o terceiro é o da prefeitura de São Paulo”, disse o empresário.
Segundo Marçal, o parecer de Boulos representou um voto a favor da rachadinha. “Você imagina um cara que dá um voto falando assim: ‘Sim para a rachadinha’. O áudio é em nítido. O que aconteceu agora é uma perda a sociedade. Agora você imagina o Boulos – não imagina porque não tem possibilidade, já está fora – colocando um Janones, com o que ele fez aqui no parlamento, imagina ele secretário de Finanças. Você imagina uma prefeitura que tem quase R$ 1 trilhão de orçamento, colocar um cara desses? Não faz sentido”, ironizou.
Antes da votação, Marçal e Boulos chegaram a protagonizar um bate-boca devido a uma provocação feita pelo deputado. “O coach ainda está aqui na sala? Espero que você mantenha a sua candidatura e não a venda para o Ricardo Nunes [prefeito de São Paulo], pois quero te enfrentar”, disse Boulos. “Ninguém tem dinheiro pada comprar a minha candidatura, não. Ela não está à venda”, rebateu Marçal.
O caso da prática de rachadinha no gabinete de Janones foi revelado pelo Metrópoles em novembro de 2023, quando a coluna divulgou o áudio gravado em 2019 no qual o deputado cobra parte dos salários de salários para recompor seu patrimônio, “dilapidado” na campanha pela prefeitura de Ituitaba em 2016.
No parecer, Boulos argumentou que, como a gravação foi feita no mandato anterior de Janones, o caso não poderia ser analisado pelo Conselho de Ética na legislatura atual. Em sua defesa no Conselho de Ética, Janones afirmou que os servidores faziam “contribuições espontâneas” e disse estar sendo vítima de “perseguição política”.