Bolsonaro sobre 8/1: “Ninguém tenta dar golpe sem armas e fora do país”
Prestes a ser julgado pelo TSE no processo que pode deixá-lo inelegível, Bolsonaro refuta qualquer associação com os atos de 8 de janeiro
atualizado
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Prestes a ser julgado pelo TSE no processo que pode deixá-lo inelegível, Bolsonaro faz queixas sobre a ação. Quanto ao mérito, argumenta que alguns ministros teriam a intenção de “botar na conta” dele os atos de 8 de janeiro.
“Jamais teve nenhum movimento meu no sentido de apoiar um golpe de Estado. Tentam botar o oito de janeiro, as depredações lamentáveis, na minha conta. Como que pode ter tido participação minha? Tive quatro anos para fazer (golpe) e não fiz. Ia tentar fazer justamente quando eu estava fora do Brasil? Não se tenta dar golpe sem arma nenhuma, num domingo, fora do país”, pondera.
O ex-presidente defendeu a legitimidade da reunião com embaixadores na qual criticou as urnas eletrônicas, em julho de 2022. O episódio foi o ponto de partida para a ação movida pelo PDT na Justiça Eleitoral.
“A reunião com embaixadores foi para fazer um contraponto ao (ministro Edson) Fachin (então presidente do TSE). Ele fez uma reunião meses antes para expor o ponto dele (a favor das urnas). Depois, convoquei a reunião para fazer um contraponto legítimo.”
Quanto ao aspecto técnico do julgamento, Bolsonaro contesta o fato de o TSE ter incluído novas provas na ação, decorrentes do 8 de Janeiro, após o prazo decadencial. Ele fez uma analogia com o julgamento da chapa Dilma-Temer, em 2017.
Na ocasião, a Corte não aceitou delações e outras provas que poderiam ser anexadas no processo. No fim, o TSE decidiu manter o mandato do então presidente por 4 votos a 3.
Como a coluna mostrou em maio, as mudanças na composição da Corte não foram favoráveis a Bolsonaro, que reconhece que “os indicativos não são bons”.