Áudio de Daniel Mastral reforça tese da polícia; ouça
Para a Polícia Civil, áudio enviado a amigo corrobora que Daniel Mastral não foi assassinado
atualizado
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A última mensagem em áudio enviada pelo ex-satanista Daniel Mastral antes de ser encontrado morto em Barueri (SP) reforça a tese sustentada pela Polícia Civil de São Paulo (PCSP) de que o escritor teria tirado a própria vida. Investigadores que atuam no caso e tiveram acesso ao áudio, divulgado pela coluna, apontam a mensagem como mais um elemento contrário à hipótese de que Mastral tenha sido assassinado.
No aúdio, enviado ao amigo Vicky Vanilla, Daniel Mastral diz estar com a mente “confusa e cansada” e que gostaria de dizer suas “últimas palavras antes de partir” em um podcast comandado por Vanilla. O tom de tristeza e a maneira como Mastral se refere à proximidade de sua morte, para a polícia, são indícios de que o escritor não foi assassinado. Ouça o áudio:
“Eu tenho algumas coisas a fazer ainda aqui antes de partir e, se você concordar, a gente pode fazer um podcast no seu canal, em que eu posso falar tudo aquilo que eu nunca pude. Responder perguntas que sempre me fizeram e eu nunca pude responder”, iniciou Daniel Mastral.
“E, depois disso, eu tenho que finalizar minha missão. Eu não sei muito explicar isso, isso eu falaria pessoalmente, não diante de câmera. Mas eu te agradeço muito, viu, por, sei lá… Me perdoe. Estou há três noites sem dormir. Minha mente está confusa e cansada”, diz.
Na mensagem, Mastral pede para Vanilla estudar algumas datas para a participação dele no podcast e diz “não suportar mais esta vida”. Ele revela também o temor de que suas palavras fossem deletadas caso ele fizesse as declarações que pretendia em seus próprios canais na internet.
“Eu vou levar tudo e me diga algumas oportunidades, até mesmo se você tem serenidade no seu coração para fazer isso, e depois me passa algumas datas. Eu vou até o seu podcast, levo os documentos, levo os fatos e depois eu vou ter que fazer algumas coisas. Mas eu não mais suporto mais esta vida aqui. É muito pesado aqui. Acho que já cumpri minha missão e, paradoxalmente… Nossa, isto é muito paradoxal. As pessoas, não eu nem você, as pessoas [nos] olham como inimigos…”, lamenta.
“Não sou seu inimigo, meu irmão. Somos irmãos, feitos por um mesmo criador. Posso entender que nas diferenças existem maldades, como um quebra-cabeça, e as peças são diferentes para se encaixarem no todo. E aí você vê a verdade. É importante conhecer os dois lados”, diz Mastral ao amigo.
[Daniel Mastral começa a chorar] “Me perdoe, meu irmão, se minhas palavras confundem você. Mas eu estou muito cansado. Eu não suporto mais esta vida, sabe? É tanta hipocrisia, tanta falsidade. Eu queria falar o que precisa ser dito, falando a verdade. A verdade empírica, comprovada também com documentos e com fatos”, afirma o escritor, no áudio.
Daniel Mastral foi encontrado morto no dia 4 de agosto, em uma estrada em Barueri. No local, a Polícia Civil encontrou um revólver Taurus calibre 357 com uma única bala disparada, uma pochete de cor bege militar, um blister contendo três munições calibre 357 intactas e o celular do escritor. O carro de Mastral, um Chery Tiggo7 da cor preta, também estava no local.
No boletim de ocorrência, a polícia registrou que a arma estava na mão esquerda de Mastral, detalhe que reforçou a tese do suicídio, uma vez que o escritor era canhoto. Apesar do tom da última mensagem e dos indícios no local onde Mastral foi encontrado, o amigo Vicky Vanilla mantém a opinião de que o ex-satanista teria sido assassinado.
Ele diz que, após a mensagem, ambos se encontraram pessoalmente e conversaram sobre planos para o futuro. E que, nessas conversas, Mastral teria lhe dito que, caso o encontrassem morto, os assassinos fariam parecer que foi suicídio.