O argumento de Bolsonaro para não desmobilizar o acampamento no QG
Em dezembro do ano passado, o então presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre por que não desmobilizou o acampamento no QG do Exército
atualizado
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Na última semana antes de deixar o poder, Jair Bolsonaro foi questionado, por um senador aliado, sobre por que não se pronunciava para desmobilizar o acampamento de apoiadores em frente ao QG do Exército, em Brasília.
Àquela altura, no final de dezembro, Bolsonaro já planejava viajar para os Estados Unidos, mas mantinha silêncio sobre as manifestações que pediam intervenção militar para evitar a posse de Lula.
O ainda presidente argumentou, então, que qualquer comentário que fizesse sobre o acampamento, seja ele qual fosse, seria interpretado pelo ministro Alexandre de Moraes como um sinal de vínculo com os manifestantes.
O senador, que pediu reserva à coluna, contestou. Disse a Bolsonaro que a tese não se sustentava, uma vez que a declaração seria pela desmobilização do acampamento, e não o contrário.
Mas não teve jeito. Bolsonaro, que já temia ser preso, disse que não daria margem para que o ministro expedisse um mandado de prisão contra ele. E ficou calado.
A falta de iniciativa do ex-presidente para desmobilizar manifestações é, agora, interpretada por alguns ministros do STF como combustível para o que aconteceu no 8 de Janeiro, dado o “conjunto da obra” do ex-mandatário à frente da Presidência.
Bolsonaro, por sua vez, pondera que silêncio não pode ser confundido com incitação. E que as depredações ocorreriam independentemente de qualquer pronunciamento que tivesse dado.