Anistia: derrota na CCJ deixa oposição na bronca com favorito de Lira
Direita não conseguiu votar a anistia aos presos do 8 de Janeiro na Comissão de Constituição e Justiça e cobra apoio à proposta
atualizado
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Após não conseguirem votar o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (11/9), deputados de oposição passaram a cobrar de Hugo Motta (Republicanos-PB) uma sinalização clara de apoio à pauta. O parlamentar foi escolhido por Arthur Lira (PP-AL) para ser seu candidato à sucessão para a presidência da Câmara. Ele tenta se eleger com o apoio tanto do PL de Bolsonaro quanto do PT de Lula.
Apesar de Bolsonaro já ter afirmado que seguiria Lira, uma ala do partido salientou que, diante da falta de sinalização de apoio à anistia, o grupo precisa lançar um candidato próprio à presidência da Câmara. Nos bastidores, os deputados de direita incentivam a candidatura de Bia Kicis (PL-DF) ou Marcel Van Hattem (Novo-SC).
Uma eventual candidatura própria da direita é uma forma de pressionar Hugo Motta. Diante do racha no Centrão, o candidato de Lira conta com os votos do PL para se eleger. O partido de Bolsonaro tem a maior bancada da Câmara, com 92 deputados.
Nesta quarta-feira, Motta celebrou seu aniversário e almoçou com Lira e os líderes do PL, Altineu Cortes (RJ), e do PT, Odair Cunha (SP). O encontro serviu para o presidente da Casa oficializar sua escolha. Como mostrou a coluna, Lira articulou com o presidente Lula a indicação do colega.
Centrão se divide sobre Hugo Motta
A jogada de Lira, porém, revelou-se arriscada. Com a desistência do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e a escolha de Motta, os outros dois nomes cotados para a disputa anunciaram uma aliança. Nesta terça-feira (9/9), Elmar Nascimento (União) e Antônio Brito (PSD) decidiram caminhar juntos. Eles possuem o apoio de cerca de 200 deputados.
Considerando a aliança do Republicanos com o PP, PL e PT, Motta teria cerca de 250 votos. Contudo, caso perca o PL de Bolsonaro, o candidato do Lira poderia ficar com apenas 160 votos. Ou seja, com risco real de ser derrotado num eventual segundo turno. A eleição para a presidência da Câmara ocorre em fevereiro do próximo ano e é considerada essencial para que o governo Lula mantenha a governabilidade até a eleição de 2026.