Amália Barros deu entrada no hospital pensando em ser mãe
Deputada Amália Barros morreu no sábado (11/5), aos 39 anos, após descobrir nódulo no pâncreas durante tratamento para engravidar
atualizado
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Amália Barros deu entrada no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com a intenção de se tornar mãe. Ela foi internada no dia 1º de maio para retirada de um nódulo no pâncreas, descoberto durante tratamento para engravidar. A cirurgia tinha o objetivo de garantir a continuidade dos procedimentos.
A deputada era casada com o produtor rural Thiago Boava, em um relacionamento que durava 13 anos. O casal não tinha filhos. Em suas redes sociais, o viúvo da deputada fez um desabafo após a morte da esposa. “Contruímos uma casa onde nunca vamos morar. Sonhamos com filhos que nunca vamos ter. Sonhamos com muitas coisas juntos que não conseguimos realizar. Você mudou minha vida como eu sei que mudei a sua”, disse.
A parlamentar morreu na noite de sábado (11/5), véspera do Dia das Mães, aos 39 anos. Amália Barros havia passado por uma drenagem das vias biliares no dia 2 para retirada do excesso de líquido biliar do fígado. Na quinta-feira (9/5), voltou à mesa de cirurgia para uma radiointervenção, feito com auxílio de imagem, agulhas e cateteres.
Ela foi levada à UTI em seguida, após uma “reabordagem cirúrgica”, segundo boletim médico. Na madrugada de domingo (12/11), sua morte foi comunicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em mensagem enviada a alguns aliados.
“Com muita dor, informo o passamento da nossa amiga e irmã deputada Amália Barros, de Mato Grosso. Deus, em sua infinita bondade, a receba e conforte seus familiares e amigos”, escreveu Bolsonaro.
Na Câmara, Amália Barros era defensora da inclusão de pessoas com deficiência. Aos 20 anos, ela perdeu a visão do olho esquerdo após uma infecção por toxoplasmose. Precisou remover o olho em 2016, após 15 cirurgias, e passou a usar um globo ocular.
Em 2019, foi protocolado no Congresso Nacional um projeto de lei intitulado “Lei Amália Barros”. O PL conferia a pessoas com visão monocular os mesmos direitos e benefícios das pessoas com deficiência. Aprovado na Câmara e no Senado, o texto foi sancionado pelo então presidente Bolsonaro em março de 2021 e alterou o Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Amália Barros foi eleita deputada federal em 2022, com 70 mil votos, pelo PL do Mato Grosso. Era vice-presidente nacional do PL Mulher, comandado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, de quem era próxima.