metropoles.com

Agente secreto dispara e-mail por engano e causa terremoto na Abin

Polícia Federal, MPF e Justiça se debruçam sobre episódio envolvendo o disparo acidental de e-mail por agente secreto da Abin

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Ministério Senasp Dark Web Polícia Federal (PF)
1 de 1 Ministério Senasp Dark Web Polícia Federal (PF) - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Uma servidora da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) disparou, por engano, um e-mail que deveria ser destinado apenas a outros dois agentes secretos. O conteúdo, no entanto, acabou sendo enviado a mais 18 pessoas. Os desdobramentos foram inimagináveis, e a Polícia Federal (PF) e a Justiça tiveram de se envolver no caso.

Isso porque o conteúdo do e-mail, que exibia o rosto, o nome e a função de servidores do Centro de Inteligência Nacional (CIN), um dos departamentos da Abin, acabou vazando para fora da agência. A autora do e-mail alega que, na hora de digitar os remetentes, incluiu, sem querer, um outro grupo de servidores. Ela estava há três anos no serviço secreto.

7 imagens
Polícia Federal apreendeu aparelhos eletrônicos de Cristiano Ribeiro, demitido da Abin por vazar dados
Ex-agente da Abin, Marcelo Bomevert teve seus dados vazados e passou a ser investigado por suposta "Abin paralela" no governo Bolsonaro
Alexandre de Moraes vai autorizar visitas a presos pela Operação Contragolpe
Moraes também determinou busca e apreensão em endereços de Alexandre Ramagem, chefe da Abin no governo Bolsonaro
Carlos Bolsonaro também foi alvo de busca e apreensão determinadas por Moraes no âmbito da Abin
1 de 7

Sede da Abin foi alvo de operação da PF após vazamento de e-mail

Reprodução
2 de 7

Polícia Federal apreendeu aparelhos eletrônicos de Cristiano Ribeiro, demitido da Abin por vazar dados

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 7

Ex-agente da Abin, Marcelo Bomevert teve seus dados vazados e passou a ser investigado por suposta "Abin paralela" no governo Bolsonaro

Reprodução
4 de 7

Alexandre de Moraes vai autorizar visitas a presos pela Operação Contragolpe

Vinícius Schmidt/ Metrópoles
5 de 7

Moraes também determinou busca e apreensão em endereços de Alexandre Ramagem, chefe da Abin no governo Bolsonaro

Vinícius Schmidt/Metrópoles
6 de 7

Carlos Bolsonaro também foi alvo de busca e apreensão determinadas por Moraes no âmbito da Abin

Montagem com fotos de Valter Campanato/Agência Brasil e Hugo Barreto/Metrópoles
7 de 7

Ramagem é deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio

BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Em depoimento à Polícia Federal, a espiã atrapalhada argumentou que elaborou o documento a pedido da secretária do CIN, que queria se familiarizar com a fisionomia de agentes recém-chegados ao departamento. Até o momento, as investigações a inocentam de ser a responsável por vazar o documento para a imprensa.

O “carômetro” confeccionado por ela estampou uma reportagem do site The Intercept que relatou uma suposta atuação da Abin para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas. Na matéria, todos os rostos e nomes apareciam borrados, à exceção de Marcelo Bormevet, então coordenador de Credenciamento de Análise de Segurança do CIN.

Demissão e reviravolta

A Casa Civil de Lula demitiu um agente da Abin apontado, em sindicância interna, como o responsável pelo vazamento. O parecer do órgão indicou que, por eliminação, só Cristiano Ribeiro poderia ter vazado o documento.

Após a demissão ser consumada em fevereiro deste ano, porém, o caso pode ganhar uma reviravolta. Isso porque o Ministério Público Federal apontou que as “provas” apontadas pela sindicância da Abin são insuficientes para identificar o autor do vazamento.

Na manifestação, o MPF destacou uma perícia feita pela Polícia Federal com base no principal elemento usado pela corregedoria da Abin para responsabilizar Ribeiro: a tela de seu desktop.

“A única prova que tentou individualizar o servidor (o monitor do computador) não foi comprovada pelo laudo pericial”, anotou o Ministério Público.

A Justiça Federal, então, decidiu arquivar o caso e inocentar Ribeiro do crime de violação de sigilo funcional. “Não foi possível concluir que a foto publicada no site Intercept Brasil teria sido tirada de um dos monitores da própria Abin, o que dificultou o levantamento de elementos à identificação da autoria para a propositura da ação penal. Assim sendo, não há elementos nos autos que indiquem patente ilegalidade ou teratologia no arquivamento promovido pelo órgão acusador”, decidiu a juíza Pollyanna Alves.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comPaulo Cappelli

Você quer ficar por dentro da coluna Paulo Cappelli e receber notificações em tempo real?