Agente da PF que pulou o muro de Roberto Jefferson se aposenta
Heron Peixoto integrou a equipe de agentes que virou alvo de três granadas e 50 tiros de fuzil disparados por Roberto Jefferson em 2022
atualizado
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O agente Heron Costa Peixoto, que participou da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson em 2022, pediu aposentadoria da Polícia Federal (PF). Peixoto foi quem pulou o muro da residência de Jefferson para cumprir um mandado de prisão contra o ex-presidente do antigo PTB. Jefferson reagiu disparando 50 tiros de fuzil e lançando três granadas de mão contra a equipe da PF.
De acordo com a Polícia Federal, a equipe formada por Peixoto, o delegado Marcelo André Cortês Villela, o escrivão Daniel de Queiroz Mendes da Costa e a agente Karina Lino Miranda de Oliveira tentou falar com Jefferson pelo interfone da residência, mas não foi atendida. Jefferson teve a prisão decretada após ataques verbais à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Amparado pelo mandado de prisão, Peixoto pulou o muro e tentou abrir o portão pelo lado de dentro, mas não conseguiu. O agente decidiu tocar a campainha da casa e foi atendido pela esposa de Jefferson. Ela alertou que, se o policiais insistissem em realizar a prisão, haveria “problema”. Nesse momento, o ex-deputado apareceu na varanda da residência, disse que não deixaria os agentes entrarem e que não seria preso.
A primeira atitude de Jefferson foi lançar uma granada contra os agentes. Em seguida, o ex-deputado começou a atirar com um fuzil calibre 5.56. Depois de lançar mais duas granadas, Jefferson terminou de descarregar a arma. A agente Karina Lino de Oliveira foi ferida por estilhaços na bacia, nas pernas, braços e na testa. O delegado Marcelo Villela foi atingido por estilhaços na cabeça.
Refugiado dentro da residência, Jefferson chegou a dizer aos agentes que “só sairia de casa morto”. Após uma negociação com a PF, o ex-deputado decidiu se entregar. No relatório, o delegado Bernardo Abrahao recomendou o indiciamento de Jefferson por quatro tentativas de homicídio qualificado contra os agentes.
O ex-deputado cumpre prisão preventiva em estabelecimento hospitalar. Em abril, o ministro Alexandre de Moraes manteve a prisão, apontando a gravidade das acusações e alegando que o ex-deputado não costuma cumprir medidas cautelares impostas a ele.
A coluna tentou falar com o agente Heron Peixoto, mas ele não respondeu aos contatos. O espaço segue aberto.