Agente conseguiu sair da casa de Roberto Jefferson em meio a tiroteio
Heron Peixoto, agente da PF que pulou muro de ex-deputado para cumprir mandado, conseguiu se juntar a colegas atrás de viatura blindada
atualizado
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O agente da Polícia Federal (PF) Heron Costa Peixoto, aposentado do cargo na semana passada, conseguiu sair da casa do deputado Roberto Jefferson e se juntar aos demais integrantes da equipe após o início dos ataques do ex-deputado, em 2022. A equipe foi alvo de 50 tiros de fuzil e 3 granadas lançadas por Jefferson ao tentar cumprir uma ordem judicial em sua residência.
Heron Peixoto, que integrava os quadros da PF desde 2002, foi o agente que pulou o muro da residência de Roberto Jefferson para cumprir o mandado de prisão contra o ex-deputado, expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Jefferson teve prisão decretada por desferir ataques verbais contra a também ministra do STF Cármem Lúcia.
O agente fazia parte da equipe ao lado do delegado da PF Marcelo Vilella, do escrivão Daniel de Queiroz Mendes da Costa e da agente Karina Lino Miranda de Oliveira. De acordo com o depoimento da agente Karina Oliveira ao delegado Bernardo Adame Abrahao, responsável pela apuração do incidente, depois de pular o muro e tentar, sem sucesso, abrir o portão da casa de Jefferson por dentro, Peixoto tocou a campanhia da casa e foi atendido pela esposa do ex-deputado.
Enquanto conversava com a mulher, Jefferson apareceu na varanda do andar de cima e disse que não seria preso. O ex-deputado mostrou uma granada, tirou o pino e disse aos agentes que estavam na rua, ao lado da viatura: “Vocês estão juntinhos aí, vão machucar”. Jefferson jogou a granada e passou a atirar na viatura com um fuzil.
Karina Oliveira, que foi ferida na bacia, na perna e na cabeça por estilhaços das granadas lançadas pelo ex-deputado, contou que a equipe se escondeu na lateral da viatura blindada para se proteger dos tiros. Ela entregou sua pistola Glock ao escrivão Daniel Costa, cuja arma apresentou defeito. Costa e o delegado Vilella passaram a revidar os disparos de Jefferson.
Em meio à troca de tiros, o agente Heron Peixoto conseguiu sair da casa de Jefferson e se juntar aos colegas no abrigo. Ele não sofreu qualquer ferimento na ação. O delegado Marcelo Vilella foi atingido por estilhaços de granada na cabeça. Jefferson acabou se entregando após negociação com a PF. Ele também não ficou ferido.
A investigação conduzida pelo delegado Bernardo Abrahao recomendou o indiciamento de Jefferson por quatro tentativas de homicídio qualificado. O ex-deputado foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o caso foi remetido à Justiça Federal no Rio de Janeiro, onde ocorreu o incidente. Jefferson está preso em uma instituição hospitalar devido a problemas de saúde.