Abin: foragido disse ter “linha direta” para dar dossiês a Bolsonaro
Foragido citou outros dois alvos da PF nesta quinta-feira como responsáveis por entregar dossiês da “Abin paralela” a Jair Bolsonaro
atualizado
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Com prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e considerado foragido da Justiça, o empresário Richards Dyer Pozzer disse a outros investigados ter um contato com “linha direta” com o então presidente Jair Bolsonaro para o envio de dossiês produzidos pela estrutura que ficou conhecida como “Abin Paralela”.
A afirmação foi incluída pela Polícia Federal (PF) na representação que pediu as prisões de Pozzer e mais quatro pessoas, decretadas por Moraes nesta quinta-feira (11/7). Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, inclusive contra o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro.
Na conversa obtida pela PF, Pozzer troca mensagens com Giarcarlo Gomes Rodrigues, militar cedido à Abin para supostamente atuar no monitoramento de autoridades. Rodrigues operava do perfil fake “Verdades”, que disseminava conteúdo produzido pelo grupo.
“Eu consegui 1 contato que tem a linha direta com o presidente. Aí com um dossiê caprichado é o envio do pacote e já era”, diz Pozzer a Rodrigues.
“Show de Bola! Mas chega mesmo na mão do presidente?”, questiona o militar.
“Chega. É o Mateus Sposito meu contato. E o Daniel Lemos”, responde Pozzer.
Sposito é ex-assessor da Coordenação-Geral de Conteúdo e Gestão de Canais da Secretaria de Comunicação Institucional, do Ministério das Comunicações (MCom). Ele também teve sua prisão decretada por Moraes. Daniel Lemos, analista legislativo vinculado ao canal “Terça Livre”, também disseminador da rede de desinformação, foi alvo de mandado de busca e apreensão.