Zezé Di Camargo é um dos maiores artistas do Brasil e merece respeito
Se até Zilu já disse na própria série que perdoou o ex-marido e deseja que ele seja feliz, quem somos nós para continuar apontando o dedo?
atualizado
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Quem chegou agora no mundo dos famosos deve achar que Zezé Di Camargo é só mais uma celebridade envolta em polêmicas, brigas de família e bate-boca em redes sociais. Mas a verdade é que ele é muito mais que isso. A série documental É o Amor – Família Camargo, que está disponível na Netflix, é a maior prova que o cantor é um dos maiores artistas do Brasil.
Não é porque ele traiu a ex-mulher que todo o legado dele na arte fica para trás. Aliás, a vida pessoal de Zezé não deveria se sobrepor ao seu talento musical. Pelé não assumiu uma filha nem no seu leito de morte e continua sendo o Rei do Futebol. Mick Jagger teve um filho fora do casamento e é idolatrado aqui e fora do Brasil. Por que com Zezé é diferente?
Suspeito que não ter papas na língua e ter ligado o botão do f… (como ele mesmo diz na série) possa ter contribuído para que as pessoas façam pouco caso do valor de Zezé como cantor, compositor, músico e artista. Quando ele diz que tem mais história para contar que Luciano, seu irmão e parceiro na dupla, o chamam de arrogante e ingrato. Mas não é verdade, minha gente? A trajetória de Zezé Di Camargo começou muito antes do nascimento de Luciano! É claro que o irmão tem seu talento e sua responsabilidade no sucesso da dupla. E o próprio Zezé admite isso: nunca negou. Só que ele não está mentindo quando diz que ele sacudiu a árvore e Luciano pegou a fruta que caiu do pé.
Zezé tem mais história de vida e de carreira. Isto é um fato. A música É o Amor, escrita por ele em 1991, foi regravada por mais de 70 intérpretes (inclusive em espanhol, hebraico e russo) e alcançou a marca de 1 bilhão de execuções. O cantor escreveu cerca de 470 músicas e foi, durante muitos anos, o artista que mais arrecadou direitos autorais no Brasil. A dupla, que tem 30 anos de carreira, vendeu cerca de 44 milhões de discos e CDs; Chitãozinho e Xororó, com 51 anos de carreira, vendeu 45 milhões.
Todo o imbróglio envolvendo sua separação de Zilu e sua relação com Graciele Lacerda colocaram Zezé num lugar que não é o dele. É compreensível que ele tenha querido se defender e dar explicações, mas a cada resposta atravessada a um seguidor (ou seria hate?), Zezé virava notícia. E ele respondia às notícias. E virava mais notícia. E esse tipo de conteúdo ficou maior que sua arte. É louvável que o cantor tenha personalidade e bote a cara à tapa quando questionado sobre qualquer assunto. Queremos ídolos com voz ativa, não é? Mas para que as figuras públicas possam se expressar de verdade, é preciso que as pessoas deixem o passado e parem de julgar a vida do outro. Se até Zilu já disse na própria série que perdoou o ex-marido e deseja que ele seja feliz, quem somos nós para continuar apontando o dedo para ele? Que sua música possa voltar a ser a protagonista da vida de Zezé porque ele merece respeito.