Thelma, Carminha… por que Adriana Esteves é tão boa como vilã?
No ar como Thelma em Amor de Mãe, atriz parece sempre ter muita vontade de fazer bonito. Com ela não tem meio-termo, nem ponto morto
atualizado
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Quando Adriana Esteves foi escalada para fazer a cafetina Laureta, em Segundo Sol, e as características dela começaram a ser conhecidas, não teve jeito: todo mundo comparou a personagem com a icônica Carminha, de Avenida Brasil, uma das vilãs mais antológicas da teledramaturgia brasileira. A atriz, no entanto, conseguiu desenvolver Laureta de forma tão diferente que surpreendeu a todos. Adriana provou que, sim, era possível fazer duas malvadas louras, do mesmo autor, com perfis parecidos, mas com uma composição completamente diferente.
Logo depois, veio Thelma, de Amor de Mãe. Tão logo as maldades da personagem foram sendo conhecidas pelo público, o nome de Carminha surgiu imediatamente. Até Regina Casé comparou as duas, mas disse que Thelma conseguia ser ainda pior que a ex-mulher de Tufão (Murilo Benício). Novamente, Adriana deu um banho de construção de personagem e fez uma mulher que em nada lembra Carminha.
Thelma é menos histriônica que as duas anteriores. Mais contida, a atriz fala ainda mais com o olhar e menos com o gestual neste trabalho atual. Até mesmo quando Thelma tem momentos explosivos, ela se difere de Carminha e Laureta. Se formos pensar em Sandrinha, de Torre de Babel, primeira malvada de Adriana depois de muitas mocinhas, dá para ter ainda mais certeza das várias nuances que a atriz dá para cada vilã que ganha.
Mas por que será que Adriana faz tanto sucesso quando interpreta as vilãs das novelas? Justamente porque ela não é uma atriz preguiçosa e limitada com a previsibilidade das personagens. Adriana é uma profissional emocionada, intuitiva, apaixonada e, acima de tudo, estudiosa. Ela busca sempre diferenciar cada tipo que lhe é dado.
Talvez por já ter enfrentado muitas críticas no começo de sua carreira, Adriana parece ter sempre muita vontade de fazer bonito. Com ela não tem meio-termo, não tem ponto morto, não tem um clima de “já ganhou”. Pelo contrário. A impressão que se tem é que Adriana se sente desafiada a sempre dar seu melhor. E aí quem ganha é o telespectador. Com vilãs ou com qualquer trabalho que ela aceite fazer.