“Tancinha foi a grande explosão”, diz Claudia Raia sobre Sassaricando
No ar na plataforma em obras como A Favorita, Torre de Babel, Terra Nostra, Claudia Raia comemora a volta de sua personagems mais famosa
atualizado
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Hit dos anos de 1980, que deixa um rastro de nostalgia em todas as suas reexibições, Sassaricando chega para ficar no Globoplay a partir desta segunda-feira, dia 24, como parte do projeto de resgate de novelas clássicas da plataforma. Com a comédia permeando grande parte das tramas, a novela escrita por Silvio de Abreu narra a trajetória de Aparício Varela (Paulo Autran), um rico sessentão que, ao ficar viúvo, passa a levar uma vida cheia de aventuras e rolos amorosos.
Com inúmeras histórias paralelas à principal, uma se destaca: a de Tancinha, eternizada por Claudia Raia. Filha mais velha de Aldonza (Lolita Rodrigues), com quem trabalha como feirante ao lado das outras irmãs, a personagem fala quase tudo errado e com sotaque “italianado”, herdado da família do pai. Tão provinciana quanto atraente, Tancinha vive um romance com o vizinho Apolo (Alexandre Frota), que a sufoca com seus ciúmes, e também com o mauricinho Beto (Marcos Frota), que lhe mostra um mundo novo. Na entrevista abaixo, Claudia Raia relembra o sucesso de uma das personagens mais marcantes de sua carreia.
Quais são suas principais lembranças da época de Sassaricando?
Tancinha foi a minha primeira grande personagem e o primeiro trabalho com meu querido Silvio de Abreu, que a fez para mim. Tenho um carinho enorme. Lembro muito da recepção do público, que adorava. Até hoje as pessoas falam comigo sobre ela.
O que Sassaricando representa na sua carreira?
Representa muita coisa. Tancinha foi a grande explosão da minha carreira. Foi em Sassaricando que o público me conheceu. Tancinha era uma mulher ingênua naquele corpo de mulherão, falava errado, tinha um jeito muito desinibido e espontâneo. Tudo isso cativou o público. O jeito de ela falar era imitado pelas pessoas, ela foi uma das capas do disco da novela, tamanha era a repercussão. Um dos grandes mistérios da novela era com quem ela ia ficar no final, se com Beto ou Apolo (risos).
Você tem algo de Tancinha?
Acho que o jeito divertido e espontâneo é algo que temos em comum, além de olhar o copo sempre meio cheio. Mas Tancinha tem um temperamento mais explosivo que o meu (risos).
Pode indicar algo que tenha aprendido com essa novela?
A novela toda foi um aprendizado enorme. Aprendi que a gente não pode levar a sério a fama. O que conta é o trabalho que a gente realiza, então, é sempre importante ter os dois pés bem fincados no chão para que a fama não suba à cabeça. Eu sempre fui uma operária da arte, muito disciplinada, nada deslumbrada. Tancinha foi a prova de fogo para isso. Entendi claramente que meu caminho era continuar me dedicando, indo atrás das minhas personagens e que o sucesso e a fama eram uma consequência do trabalho bem feito, da dedicação.
Neste mês de maio completa-se um ano do projeto de resgate dos clássicos no Globoplay e você está em obras como A Favorita, Torre de Babel, Terra Nostra, que foram disponibilizadas pela plataforma. Como tem sido o retorno do público, que tem a oportunidade de ver e rever essas novelas quando e onde quiser?
O retorno do público tem sido maravilhoso. Eles me marcam nas cenas e eu me divirto relembrando tantos personagens marcantes. Em casa, a repercussão também está ótima (risos). A gente assiste às novelas. Jarbas ficava morrendo de pena da Donatela, em A Favorita. Ele sofria junto com ela. Era muito engraçado de ver. Para mim, também é maravilhoso poder rever todas essas obras agora, com calma, quando eu quiser. Normalmente, quando a novela está no ar, não consigo acompanhar os capítulos por causa do ritmo das gravações. Agora, com o Globoplay, posso rever tudo. Estou amando!
Aliás, tem sentido que novas gerações estão tendo acesso à obra pela primeira vez?
Sim, muitos jovens falam comigo das novelas que estão vendo pela primeira vez no Globoplay. Isso é muito legal. Acho interessante porque mostra como novelas ainda têm força, o que me deixa muito feliz. Muito se fala das séries e se questiona se esse formato mais curto e com temporadas acabaria com as novelas, por exemplo. Eu não acredito que acabe e a prova disso é o sucesso que as novelas fazem no Globoplay. Nossas novelas são muito únicas, é uma narrativa muito brasileira, que dialoga muito bem com o público vasto que temos no Brasil. Eu adoro!