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Sobrinha de Roberta Close, modelo trans está em Verdades Secretas

Gabrielle Gambine vai interpretar uma modelo trans na agência da trama de Walcyr Carrasco

atualizado

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Gabrielle Gambine, sobrinha trans de Roberta Close
1 de 1 Gabrielle Gambine, sobrinha trans de Roberta Close - Foto: Reprodução

A modelo transexual Gabrielle Gambine estará na segunda temporada de Verdades Secretas, interpretando uma modelo trans na agência da trama de Walcyr Carrasco. A jovem, que vai fazer sua estreia como atriz na TV, é sobrinha de Roberta Close, a primeira transexual nacionalmente conhecida, um ícone de beleza nos anos 1980 e 1990.

“Com certeza a Roberta é uma inspiração para mim, não só como ícone de beleza, mas por ter sido voz de muitas na busca de direitos da comunidade trans e travesti. É por causa da luta dela e de muitas e muitos outros que finalmente posso exercer o meu papel enquanto cidadã reivindicando meu nome; sendo, portanto, restituída de meu direito de ser tratada como quem eu sou. Minha tia foi pioneira, é referência, fundamento e, sem dúvida, tenho muito orgulho dela. Nossa relação é boa, embora ela viva em Zurique na Suíça. Eventualmente ela vem ao Brasil e visita nossa família. Muitas vezes, a mídia acabava sendo muito invasiva, querendo gerar notícias sem respeitar a nossa individualidade e dignidade, acho que isso fez a Roberta se afastar dessa indústria e público, de certa forma. Eu mesma já me deparei com essa indelicadeza da mídia em alguns momentos”, disse Gabrielle em entrevista ao Gay Blog BR.

Aos 22 anos, nascida e criada no Rio de Janeiro, Gambine é multiartista: além da moda, ela é estudante de Artes Visuais na Escola de Belas Artes da UFRJ, aprendiz em um estúdio de tatuagem e atua também com serigrafia em um coletivo LGBTQPI+ (a letra P, ela ressalta é de pansexual), onde faz uso de multilinguagens para abordar o universo da representatividade.

Na entrevista, ela diz que sempre soube que era uma alma feminina presa em um corpo masculino. “Conforme fui construindo minha identidade, eu me via, me percebia como mulher e, muito nova, soube que não me encaixava nem me sentia contemplada pelas expectativas que eram criadas em cima do padrão que é imposto para o gênero masculino. Havia sempre um incômodo e recusa em relação a isso da minha parte e, com o passar do tempo, fui me autoconhecendo até começar a flertar com a não-binariedade, buscando me entender e guiar meus sonhos, desejos e vivência. Conforme fui compreendendo e tendo contato com o que era a transexualidade e identidade de gênero, as coisas foram se conectando e comecei a constituir força para enfrentar o preconceito, a ignorância e guiar minha trajetória. O quanto mais eu analisava e investigava meu coração, mais simples era. Fui muito privilegiada e tive sorte de ter a Roberta, que é tão maravilhosa, como uma referência dentre as mulheres da minha família, isso fez eu me familiarizar em vários âmbitos e, consecutivamente, enxergar a travestilidade, transexualidade como uma possibilidade na construção da minha identidade para me assumir e começar minha transição de gênero”, conclui.

 

 

 

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