Regina Casé sobre projetos após Amor de Mãe: “Quero fazer uma vilã”
A atriz comentou o retorno de Dona Lurdes à telinha e o futuro como atriz de telenovelas
atualizado
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Depois de ficar 20 anos sem fazer novelas, Regina Casé foi escalada para dar vida a doméstica Lurdes em Amor de Mãe, que volta ao ar em 1º de março. A atriz relembra com carinho os primeiros dias de gravação da trama, que saiu do ar há quase um ano por causa da pandemia de Covid-19, e conta que estava ansiosa com o recomeço.
“Eu estava morrendo de medo antes de começar, porque, além desse tempo todo sem fazer novela, estava acostumada a trabalhar com as mesmas pessoas. Mesma equipe! O mesmo cabeleireiro, camareira, diretor… por mais de 30 anos. Eu me sentia muito protegida naquela situação. Todos esses programas que eu fiz anos e anos [Central da Periferia, Brasil Legal, por exemplo], eu nem ia na Globo. Eu não tinha intimidade com aquele universo dos Estúdios Globo, ainda mais o MG4, que fomos os primeiros”, lembra.
“Cheguei lá parecendo uma menininha, que saiu da escolinha, do jardim da infância, e chegou numa universidade enorme. Não sabia onde comprava comida, onde a pagava, como marcava o texto. E todos, mas Taís (Araújo) e Adriana (Esteves), em especial, foram minhas guias. Fui muito acolhida. O Zé [José Luiz Villamarim, diretor], eu nunca vi um diretor tão doce e, ao mesmo tempo, firme e sereno. E a equipe, uma loucura”, conta Regina, com exclusividade à coluna.
A atriz afirma que não perdeu o contato com os colegas durantes esses meses de isolamento: “Nesse tempo em que ficamos parados, não teve um dia em que eu não recebesse uma mensagem de uma maquiadora ou do menino que buscava a gente no carrinho elétrico, o Vinícius. Sábado, eu levava uma caixa de som, porque a gente gravava muito no sábado e fazíamos um pagodão. E a gente dançava. Consegui levar o clima bom que tinha no Esquenta e entre os meus amigos para lá. Foi impressionante a acolhida, o carinho. E o medo passou rápido”.
Regina Casé afirma que estava com saudade de Dona Lurdes e confessa que sentiu receio de não conseguir “encontrar” a personagem dentro dela: “Eu achava que quando abrisse a boca, a Lurdes estaria com o sotaque gaúcho. Mas aquela bolsinha, com a toalhinha e os óculos, eles fazem milagre. Fiquei mais de seis meses parada, foi só eu colocar a bolsa, os óculos e a tolha, que eu já comecei a falar com o sotaque dela. A Lurdes chega. Foi mais fácil do que eu imaginava”.
Depois de dona Lurdes, a atriz garante que o telespectador pode esperar vê-la em mais novelas. “Tomara que o mais breve possível. Além de eu ter gostado muito, novela é um trabalho que, diferentemente de um filme ou de uma peça, que tem duas horas, ela tem um ano. Você modifica, corrige o rumo da personagem… Você pode dar nuances diferentes. Você pode ficar boa, má, ter dúvidas. Em duas horas, é difícil ter isso. E é um gênero muito próximo do povo. E eu adoro ver novelas. Eu quero estar mais nesse lugar. Estou louca para fazer uma vilã. Eu só faço boazinha. Todo mundo fala que eu só faço mulheres pobres, nordestinas… e eu tenho o maior orgulho disso! Mas acho que seria muito legal viver uma malvada”, diz Regina.
A atriz quer assistir junto com o público os novos capítulos de Amor de Mãe. “Eu não vi nada do que vai para o ar. E foram capítulos intensos. Emocionantes e fortes. Eu me joguei de um jeito, que eu não tenho ideia do que está ali. Não sei. As cenas eram muito definitivas. Tudo era o fim de um ano de relação”, conclui.