Marieta Severo diz por que aceitou personagem sem escrúpulos em Verdades Secretas
Marieta Severo começou a gravar Verdades Secretas no dia seguinte ao fim do seu trabalho em A Grande Família
atualizado
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Depois de interpretar a simpática Nenê de A Grande Família por longos 14 anos, Marieta Severo voltou às novelas na faixa das 11 vivendo uma personagem completamente diferente: a ambiciosa Fanny em Verdades Secretas, em 2015. O público, claro, estranhou ver a atriz retornar aos folhetins num tipo que nada lembrava a dona de casa.
Fazer um trabalho como Fanny foi um pedido da atriz, que precisava se desvencilhar de Dona Nenê. “Fiquei por 14 anos interpretando essa dona de casa deliciosa e cheia dos melhores valores. Então, não queria fazer nada parecido, diz Marieta.
Veja a matéria completa:
O que sentiu quando soube que Verdades Secretas voltaria a ser exibida na TV Globo?
É ótimo mostrar de novo um trabalho do qual a gente sente orgulho. E agradeço muito ter feito parte desse.
Como você descreve a Fanny?
Fanny era amoral, sem escrúpulos, a coisa mais importante para ela era o poder e o dinheiro. Representava muito bem parte da sociedade atual, que se rege por esses valores.
Na época em que foi exibida originalmente, a trama fez muito sucesso. A que você atribui o êxito da história?
O sucesso vem sempre de uma combinação de fatores. A história que o Walcyr criou era original, densa, dramática, muito reveladora, eram verdades secretas mesmo. A direção do Maurinho Mendonça e da equipe dele foi extraordinária. A estética e a fotografia eram sofisticadas, a trilha sonora era ótima. E tínhamos um elenco muito coeso, com um nível de interpretação muito bom. Acredito que tudo isso contribuiu.
Qual a principal lembrança que você tem do período de gravação?
Atuar com um elenco de atores jovens é garantia de animação e de muita diversão. Era uma delícia chegar na “minha agência” e encontrar aquela moçada alegre e dedicada. Reencontrar os antigos amigos, Gianecchini, Rodrigo (Lombardi), Drica (Moraes)… e descobrir uma parceira talentosa e companheira como a Grazi (Massafera).
O público a abordava muito nas ruas quando a trama foi exibida originalmente?
Muito! Quando fazia a Dona Nenê em A Grande Família havia sempre um sorriso com muito carinho, eu já era parte das famílias. Com a Fanny foi diferente. Mas ninguém confunde mais personagem com ator, então existia a admiração por eu estar fazendo um papel completamente oposto.
Como foi o processo de construção da personagem?
Acho sempre difícil essa mágica de fazer as pessoas acreditarem naquele personagem. Seja na comédia ou drama, tudo é muito difícil. Sempre que leio um texto, penso: “Meu Deus, será que vou conseguir fazer isso direito? Como vou fazer isso?” Quero sempre que ele me traga grandes questões, que me deixe insegura. Não gosto de pensar que já sei fazer uma coisa. Muito pelo contrário. No caso da Fanny, tinha que assimilar o universo da trama. Usei uma mistura de referências, sempre subjetivas e misteriosas. Fui atrás desse mundo da moda, pesquisei sobre algumas mulheres importantes como a Anna Wintour, que inspirou o filme O Diabo Veste Prada.
Qual foi o principal desafio desse trabalho?
Com certeza o pouco tempo entre a despedida da Dona Nenê, que fiz durante 14 anos, e a chegada de Fanny. Terminei de gravar A Grande Família e comecei a gravar Fanny no dia seguinte. E, por incrível que pareça, o estúdio onde gravamos Verdades Secretas era o mesmo onde gravávamos A Grande Família!
O que mais te chamou atenção quando recebeu o convite para viver a Fanny?
Foi a oportunidade de fazer uma personagem tão diferente. Isso me atraiu muito. Precisava de uma personagem que não se assemelhasse à dona Nenê. Sem filhos, que não cozinhasse, não arrumasse a casa. Fiquei por 14 anos interpretando essa dona de casa deliciosa e cheia dos melhores valores. Então, não queria fazer nada parecido. Quando o Walcyr veio com uma proposta de uma personagem que era o oposto dela, topei na hora. Sabia que ia me levar para outro universo. A Fanny foi um presentão na hora certa que ganhei do Walcyr.