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No ar no SBT, Globo e Netflix, Dalton Vigh reflete sobre o sucesso

Em entrevista a coluna, o ator fala sobre impacto de O Clone em sua carreira

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Michael Willian/Divulgação
Dalton Vigh
1 de 1 Dalton Vigh - Foto: Michael Willian/Divulgação

Com carreira consolidada e responsável por papéis memoráveis como Marconi Ferraço, de Duas Caras, e Clóvis em O Profeta, ambas da Globo, Dalton Vigh está no ar na reprise de O Clone, novela que até hoje faz sucesso não apenas no Brasil, mas também em diversos países como Rússia e Argentina.

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Dalton Vigh em O Clone
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Dalton Vigh também integra o elenco de O Clone

Renato Rocha Miranda/Divulgação
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Dalton Vigh em O Clone

TV Globo/Divulgação

Gravando neste momento Poliana Moça, do SBT, o ator, também pode ser visto na Netflix na trama infantojuvenil As Aventuras de Poliana e, no Globoplay, com a série policial A Divisão.

Em conversa exclusiva com a coluna, Dalton contou a que credita o sucesso de O Clone mesmo passados 20 anos desde a sua primeira exibição, dividiu as lembranças e aprendizados que o personagem trouxe e o porquê de Said, que para muitos seria o vilão, ter caído nas graças de grande parte do público.

O Clone não só foi sucesso nacional como internacional, sendo exibido e reexibido em diversos países. A que você credita o sucesso da trama que cativou pessoas do mundo inteiro?
Não sei dizer ao certo. Costumo dizer que o sucesso é sempre uma conjunção de fatores, uma boa história sendo bem contada, que engloba o trabalho do autor, dos diretores e do elenco, porque o autor cria a história, a direção orienta e a gente dá vida aos personagens. Mas no caso do O Clone eu acho que é por se tratar daquela história de amor impossível, que é um clássico da dramaturgia do mundo inteiro, já desde a época de Romeu e Julieta, uma história que atravessa décadas, de um amor que resiste ao tempo. Talvez seja isso, não sei. Talvez o exotismo das vestimentas, mas aí têm países também que são mulçumanos e que estão acostumados com isso e não teria o porquê de ter esse tipo de curiosidade em relação aos costumes e tudo mais. Então, acho que é mais pela história do amor impossível mesmo.

Said foi um dos papéis mais marcantes de sua carreira, certo? Quais memórias você tem deste personagem? Ele te trouxe algum aprendizado?
Eu tenho muitas memórias de quando fiz esse personagem. Talvez seja o que mais me trouxe aprendizado sobre o quanto a gente, como ator, tem que estar preparado para o imprevisto. Eu fui gravar num dia uma sequência sabendo que a cena mais difícil seria a última cena do roteiro, então fui tranquilo, sabendo que teria tempo para estudar bem a cena, me preparar, me concentrar, tinham cenas mais leves antes, e quando cheguei lá tudo tinha mudado. A primeira cena a gravar era a última cena do roteiro. Paniquei um pouco (risos), acho que isso acabou me servindo de lição de estar preparado para qualquer eventualidade, pra não correr risco de fazer uma cena importante de qualquer forma.

Apesar de ter ar de vilão, Said caiu nas graças do público, inclusive tendo pessoas que torciam por ele. Na sua opinião, qual foi o motivo que fez ele ser acolhido pelos telespectadores?
Eu sinceramente acho que ao tentar sanar uma dúvida eu meio que sem querer acabei dando uma sugestão para Glória Perez, que acabou interferindo no destino do personagem e na densidade dele, vamos dizer assim. Antes da gente começar a gravar a novela, eu tinha recebido um material extenso de pesquisa sobre costumes e tradições árabes, e por ter no meio desse material os truques que as mulheres árabes usavam para driblar a falta da virgindade na noite de núpcias, que para o muçulmano que segue a religião é muito importante. Na tradição islâmica, tem essa coisa da virgindade, de se colocar o pano manchado com sangue na janela no quarto de núpcias para mostrar para todos que a esposa era virgem, e isso me atiçou uma curiosidade quando li esse material.

De que forma acha que ajudou a autora?
Por acaso, tive a chance de num encontro casual com a Glória perguntar se a Jade (Giovanna Antonelli) usaria algum truque, porque já se sabia que ele se casaria com ela não sendo mais virgem. Perguntei se ela usaria algum truque ou alguma outra coisa, se iria descobrir que a esposa não era mais virgem ou não, e a Glória me perguntou o porquê de eu estar perguntando isso para ela. Respondi que acho que isso interfere na construção do meu personagem porque se ele não fica sabendo, se a Jade faz um truque como as mulheres faziam de colocar miúdos de galinha dentro da vagina ou colocar algodão embebido em sangue lá dentro para que na hora da penetração houvesse sangramento, se ele caísse num truque desse, ele ia ser um neurótico, ele ia ter sempre a dúvida da traição, ele ia conviver com essa dúvida. Mas se ele ficasse sabendo que ela não era mais virgem e ainda assim ficasse com ela, ele ia ser o apaixonado, ou o obsessivo. Eu o via mais como obsessivo, era uma questão de honra que essa mulher amasse a ele e não ao Lucas (Murilo Benício).

Acredita que essa atitude do Said ganhou o coração dos telespectadores?
Eu acho que, de repente, isso acabou dando uma outra dimensão para o personagem, porque ele, que já tinha importância na trama, uma imponência, era um cara rico, poderoso, com ares de vilão, acabou sendo visto como romântico, o apaixonado por ela, que apesar de ser traído continuava insistindo no relacionamento. Talvez tenha sido isso que fez ele ser tão acolhido.

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