Marcos Uchoa deixa a Globo após 34 anos na emissora
O jornalista quer se dedicar a novos projetos, entre eles, escrever livros, dar palestras, cursos e criar uma ONG
atualizado
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Globo/Reprodução
Foram 34 anos de uma carreira brilhante. Como repórter da Globo, Marcos Uchoa participou de coberturas importantes tanto no jornalismo quanto no esporte. Dez Jogos Olímpicos, oito Copas do Mundo e oito guerras. Entrevistou quase todos os maiores ídolos esportivos das últimas gerações. Poliglota e conhecedor de muitos países, foi correspondente em Londres e Paris. Em um de seus últimos projetos, a série documental Retratos de Uma Guerra Sem Fim, para o Globoplay, usou toda a sua experiência para analisar o impacto mundial dos atentados de 11 de setembro, 20 anos depois.
Agora, decidiu fechar um ciclo como repórter de televisão para se dedicar a novos projetos. As possibilidades são muitas, entre elas escrever livros, dar palestras, cursos, criar uma ONG, ajudar empresas na transformação da sociedade num lugar sempre mais justo. “Fiz de tudo no jornalismo. Cobri Olimpíadas, Copas, guerras, revoluções, desastres. Mostrei muita gente fazendo muita coisa. Resolvi tentar fazer também. Sempre entrevistei o piloto, agora quero ser o piloto”, explica Uchoa.
Sua despedida acontecerá no programa Bem Amigos, do SporTV, da próxima segunda-feira (8/11) com Galvão Bueno, amigo com quem dividiu algumas coberturas importantes, como as cerimônias de abertura e encerramento dos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Uma das poucas profissões em que você melhora com o tempo é o jornalismo. Eu termino a minha carreira como um jornalista muito melhor. Agradecido e lisonjeado”, complementa.
Diretor de Esporte da Globo, Renato Ribeiro comenta a importância de Marcos Uchoa para o jornalismo brasileiro: “Não estamos falando de qualquer repórter, mas do repórter. Imagine um ídolo esportivo: Pelé? Senna? Michael Jordan? Phelps? Tyson? Ronaldo? Schumacher? Todos passaram pelo microfone dele. Foram 11 anos morando em Londres, quatro em Paris, oito guerras, tsunamis, Davos, G-7, G-20, Carnavais e 115 países conhecidos. Acima de tudo, Uchoa era um repórter de gente, um repórter que gostava e gosta de gente”, ressalta.
“Imaginem para uma redação o que significa ter trabalhado ao lado do Marcos Uchoa. Só temos a agradecer por ele ter compartilhado conosco sua cultura, suas histórias, sua experiência e seu olhar jornalístico. Agradecer pelo privilégio de, diante de uma dúvida, ter o Marcos Uchoa para consultar. Fará muita falta no nosso dia a dia. E mais falta ainda na tela. Um repórter brilhante. Uma carreira irretocável. Um profissional que deixa um inquestionável legado”, elogia Gustavo Maria, diretor de redação do Esporte da Globo.