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Márcia Goldschmidt sobre má relação com Hebe: “Ela não falava comigo”

Em entrevista ao A Noite É Nossa, a apresentadora conta ainda detalhes sobre sua saída da TV e sobre a doença rara de uma de suas filhas

atualizado

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RecordTV/Divulgação
Márcia Goldschmidt
1 de 1 Márcia Goldschmidt - Foto: RecordTV/Divulgação

O A Noite É Nossa desta quarta-feira, 21/4 exibe uma entrevista com Márcia Goldschmidt, uma das apresentadoras mais populares e conhecidas da televisão brasileira. Pela primeira vez, a artista abre sua mansão de veraneio na Espanha para relembrar momentos de sua trajetória pessoal e profissional.

Fora da TV desde o fim do programa Márcia, na Band, em 2011, a artista de 58 anos recebe a repórter Vanessa Reis e a equipe da atração da Record TV em sua casa, localizada em uma região nobre de Marbella, na Espanha. Uma de suas vizinhas é uma princesa da Áustria.

“Eu posso dizer que fiquei fora do mundo durante sete anos. Foi o período que dediquei a salvar a vida da minha filha. Agora é que eu começo a botar o nariz para fora. Posso fazer tudo agora”. Márcia se refere ao período em que ela e o marido, o advogado português Nuno Rêgo, tiveram de cuidar do tratamento de uma doença rara da filha chamada atresia de vias biliares. O filho mais velho da apresentadora, Jimmy, foi quem doou uma parte do fígado para que a irmã recebesse o transplante sete anos atrás.

Em uma fase mais tranquila, Márcia não descarta uma volta para a TV. Ela conta que em 2020 esteve no Brasil e chegou a negociar com um canal, mas não revela qual. “Nós tínhamos encontrado uma forma que eu pudesse trabalhar e não ter que voltar para o Brasil. Eu ia e vinha, gravava e voltava… Mas começou a pandemia e a gente teve que abortar essa operação. Era um canal que precisava crescer o seu público e precisava de uma pessoa, de uma imagem que falasse com a multidão do Brasil. E acharam que era eu”, afirma.

Carreira

Márcia Goldschmidt ficou nacionalmente famosa no SBT, onde apresentou um programa que levava o nome dela e chegava a registrar índices de audiência que batiam a TV Globo nos anos 1990. “O povo era o protagonista, o povo era o artista, né? E isso fez o sucesso do programa. As pessoas assistiam e falavam assim: ‘Sou eu ali, Márcia’ , ‘aquele é o meu vizinho’”, relembra sobre a reação do público.

O sucesso foi tanto que, com apenas cinco meses no comando da atração no SBT, Márcia recebeu uma proposta de Boni, então diretor da TV Globo. “Ele me fez uma proposta e perguntou: ‘Quem vem com você?’. No voo (do Rio de volta para São Paulo), eu comecei a ter uma dor e desci já desmaiando do avião. Tive uma crise renal”, conta. Do hospital, ainda internada, a apresentadora revela uma ligação que recebeu da secretária de Silvio Santos, que já havia descoberto sobre a proposta da emissora carioca.

“Um carro do SBT foi me buscar e eu entrei na sala do Silvo ainda com o soro na veia, foi cena de cinema. Ele falou: ‘Quanto você ganha aqui no SBT?’. Eu falei: ‘Ah, Silvio, eu tenho minha carteira’. E ele: ‘Como? Você não tem contrato com o SBT?’. Ele tocou pro RH e caiu a cabeça de um diretor. Na hora, mandou chamar um advogado e aí fez um contrato muito bom”.

Apesar de ter declinado da oferta na Globo, pouco tempo depois Márcia foi colocada na “geladeira” do SBT. O motivo para que ela saísse do ar é até hoje um mistério. “Foi um ano em que eu tinha vergonha de sair na rua. Porque as pessoas me perguntavam: ‘Márcia, por que você não tá mais no ar?’ , ‘Márcia, eu gosto tanto do seu programa’ , e o que eu ia responder? Eu não sabia responder. E também procurava essa resposta pra mim mesma. ‘O que aconteceu?’ , ‘que mal eu fiz?’ , ‘o que eu fiz pro Silvio?’ , eu não sei. Fui vivendo esse um ano de ostracismo e fui entrando em uma depressão profunda”.

A gota d’água para Márcia aconteceu no Teleton, a maratona televisiva exibida pelo SBT em prol da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), evento do qual a maioria dos artistas da emissora participa. “Liguei para o departamento de produção e me falaram que eu não estava convocada. Eu falei: ‘Por quê? Eu sou funcionária, sou contratada do SBT’. Passam algumas horas: ‘Ah, nós refizemos aqui a grade e você está no Teleton’. Eu pensava: ‘Vou readquirir algum respeito, alguma dignidade profissional, não fiz nada de errado’. Bem, qual é o meu horário? 5h da manhã”, conta Márcia sobre a decepção.

No encerramento do mesmo Teleton, em 2000, Márcia acabou convidada por executivos da TV Gazeta para assumir o programa Mulheres. E não hesitou em assumir o comando da atração. “(Tempos atrás) Eu já havia pedido minha rescisão para o Silvio e falei: ‘Não quero ganhar seu dinheiro sem trabalhar. A minha liberdade não tem preço’. E ele falou: ‘Márcia, eu não vou te liberar. No dia que alguém te contratar, eu te libero. Até lá você vai receber o seu salário’. Aí fui para a Gazeta e depois meu advogado tratou dos trâmites de rescisão com o SBT. E recomecei do zero”.

Reconhecida por sua personalidade forte, Márcia afirma ter construído relações carinhosas de amizade durante seu período na TV, principalmente com os apresentadores Gugu e Marcelo Rezende. E à equipe do A Noite É Nossa responde sobre os rumores de má relação com Hebe Camargo: “Durante um período, ela não falava comigo. Mas não quero falar da Hebe, pois seria uma grande falta de caráter e respeito da minha parte. Se eu não falei enquanto ela estava viva para contestar, por que eu faria isso agora? Seria muito pequeno da minha parte”.

Márcia também comenta sobre o momento em que foi surpreendida, ao vivo, por um homem armado que invadiu o palco de seu programa. “Eu comecei a gritar quando ele foi preso e parei de gritar só três dias depois. Foi uma situação inédita no mundo”, relembra. No momento da invasão, havia 230 pessoas na plateia e a apresentadora recebia na atração o então cantor Waguinho: “O Waguinho achava que era uma brincadeira porque ele estava participando do quadro Visita Surpresa”.

Na época, apurou-se que o invasor havia procurado a produção do programa porque queria o direito de visitar os filhos. Porém, Márcia conta que não poderia aprovar o caso, pois corria em sigilo de Justiça. A apresentadora permaneceu nove anos no ar pela Band, a última emissora em que trabalhou. “Eu me sinto quase uma Saad. Quase uma Márcia Goldschmidt Saad. Sabe que foi mais difícil largar a Band do que largar a televisão?”

Sobre sua saída da TV, Márcia conclui: “Na época em que tomei a decisão de deixar a televisão foi porque eu não estava feliz. Estava faltando alguma coisa na minha vida e eu não sabia dizer o que era. Então, decidi largar tudo. Foi uma decisão muito difícil. Mas depois de tudo o que passei, acredito que a minha missão de vida era ter essas filhas (as gêmeas Yanne e Victoria). E essas filhas chegariam através de Portugal, entende?”.

Márcia se mudou para Portugal 10 anos atrás, em 2011. Desde o início da pandemia, em 2020, ela, o marido e as filhas vivem na mansão de Marbella, na Espanha.

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