Luta pela abolição da escravatura chega a Nos Tempos do Imperador
Justina, personagem de Cinnara Leal, ganha protagonismo entre o povo preto após ser alforriada pela Condessa de Barral
atualizado
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Teve início no capítulo de quinta-feira (18/11), de Nos Tempos do Imperador, o destaque ao Movimento Abolicionista. A trama acontece exatamente na semana em que é celebrado o Dia da Consciência Negra – em 20 de novembro. Na sequência, começa a Marcha pela Abolição. Uma cena chamou a atenção e foi exaltada nas redes sociais. Se trata do momento em que a Condessa de Barral (Mariana Ximenes) coloca Justina, personagem de Cinnara Leal, no centro das atenções pelo fim da escravidão e a igualdade de direitos.
“Nós somos a Sociedade Abolicionista das Camélias e viemos aqui apelar para o mais profundo sentido de humanidade, de cada um dos senhores. E em nome dele e de meu povo pedir a abolição imediata da escravidão no Brasil. Viemos exigir que os senhores se empenhem em devolver a nossa dignidade. A dignidade de pessoas que são mantidas como cativas neste regime absurdo, cruel e desumano, que é a escravidão. Estou aqui hoje, pelo bem do meu povo, pelo bem de todos os brasileiros porque não dá mais para viver, para sobreviver, em um país onde pessoas – sim, porque somos pessoas – são escravizadas, humilhadas, torturadas, mortas e continuar conivente com esse fato. Quem se omite a isso, está do lado dos injustos. A escravidão é uma vergonha para o Brasil. A escravidão é uma vergonha para todos os brasileiros”, disse a personagem.
Radiante com o reconhecimento do público e dos amigos, Cinnara agradeceu bastante aos elogios recebidos pelo momento da história retratada em sua personagem, na novela das seis da Rede Globo: “A sensação de ver essas cenas durante o mês da Consciência Negra é sentir a ancestralidade transbordar, viva em nós e para além de nós”, emociona-se a atriz. “O público pode esperar muito mais, esse é o começo dessa história”, conta ela, que completa: “A história da Justina é a nossa história, de força, de luta, de resistência. Justina é a história do nosso Brasil, do nosso país que, até hoje nos invisibiliza, exclui, desumaniza, mata!”.
Cinnara aproveita o Dia da Consciência Negra para sugerir uma reflexão: “Deve ser a lembrada a vida de cada pessoa que foi capturada, sequestrada e tirada à força da sua terra de origem para ser escravizada em outro país, que recebeu mais de cinco milhões de escravos e, só na travessia, quase 700 mil mortos. Vidas são perdidas até hoje por essa invisibilidade, desigualdade e a resistência desse povo. De estar aqui com voz, para falar de sua história, para ressignificar sua história e para exaltar a força da vida”. Que assim seja, Cinnara!