Gisele Fróes se inspira em O Diabo Veste Prada para A Vida da Gente
Intérprete da maldosa Vitória na novela das seis, atriz bebeu na fonte de Meryl Streep para compor sua personagem
atualizado
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Dura, intransigente e, em algumas situações, até cruel. Assim é Vitória, personagem de Gisele Fróes em A Vida da Gente. Nesta semana, ela se verá encurralada a contar para o marido, Marcos (Angelo Antônio), que Alice (Sthefany Brito) é sua filha. Essa será a gota d’água na vida conjugal do casal, que já não vai bem há muitos anos.
Para a atriz, Vitória era uma personagem que passava do ponto. “A dedicação dela era simplesmente a vencer, a conquistar títulos. Não tinha uma relação de carinho com o marido ou com as filhas, nem mesmo com as pupilas dela no esporte. É uma mulher sem empatia, sem flexibilidade nas relações. Já eu sou molenga e precisei exercitar essa firmeza em mim para a personagem, tentando entender o que faz uma pessoa ser tão pouco generosa, tão pouco doce”, recorda Gisele. Na entrevista abaixo, ela relembra ainda a experiência de viver a treinadora de tênis, os aprendizados que ganhou na época e a inspiração na personagem Miranda, vivida por Meryl Streep em O Diabo Veste Prada.
A Vida da Gente provoca reações muito positivas no público. Como foi para você saber que a novela seria reprisada e como está sendo rever a Vitória, sua personagem?
A Vida da Gente é um trabalho lindo! Texto, direcão, direção de arte, figurino, elenco, tudo muito precioso. Imagino que o público tenha ótimas lembranças do trabalho, por isso a reação tão positiva. Eu fiquei superfeliz quando soube que teríamos a oportunidade de assistir outra vez. É um trabalho que me dá muito orgulho!
Conta um pouquinho como era viver aquela personagem, como era o retorno das pessoas na época, se você fez alguma preparação especial…
Foi uma preparação tão interessante para a Vitória. Ela tinha essa característica de ser uma mulher má, cruel, dura. O exercício que eu fazia era de experimentar justificar a crueldade dela. Ela era sem empatia, sem flexibilidade nas relações. Já eu sou meio molenga e precisei exercitar isso em mim, de ser mais firme em certas atitudes e relações. Fui por esse caminho, tentando entender o que faz uma pessoa ser tão pouco generosa, tão pouco doce. Foi uma experiência bem interessante na minha vida e na minha carreira. Ah, e fiz muitas aulas de tênis. Achava bem difícil, mas adorava.
Tem alguma cena que você se lembre que tenha sido muito difícil? Qual e por quê?
O início das gravações não foi fácil. Era preciso achar a medida da “vilã”, mas fugindo do estereótipo. Isso exigiu bastante trabalho, mas como eu adoro trabalhar…
Quais são suas principais recordações das gravações?
A primeira cena que eu gravei para a novela foi em Buenos Aires e achar a medida da personagem foi trabalhoso. Era o início daquela personagem tão perigosa, no sentido de não cair no estereótipo. Adorava gravar as cenas na quadra de tênis, Fernanda (Vasconcellos, atriz) uma querida, foi ótimo trabalhar com ela. Ângelo (Antônio, ator), que fazia meu marido, é meu amigo querido até hoje.
Você se inspirou em alguém para compor a Vitória?
Sim, tive inspiração em outras personagens que são duras. Na época lembro que vi Meryl Streep em O Diabo Veste Prada. Fui me nutrindo. Cada personagem que a gente faz vai aumentando a nossa história. A Vitória me deu a oportunidade de exercitar dentro de mim uma pessoa mais seca, mais reta. Não do lado ruim, porque ela é uma pessoa insensível para muitas coisas. Mas, por que não experimentar como seria se eu fosse uma pessoa mais reta, mais direta com as pessoas, sem muitos rodeios? Aprendo com os personagens e a Vitória me deu a oportunidade de experimentar isso.