Danilo Mesquita será antagonista de Larissa Manoela em Além da Ilusão
Na próxima novela das seis, ele vai interpretar Joaquim, a pedra no sapato de Isadora (Larissa Manoela) e Davi (Rafael Vitti)
atualizado
Compartilhar notícia
Depois de viver vários personagens bonzinhos, chegou a vez de Danilo Mesquita flertar com a maldade. Em Além da Ilusão, próxima novela das seis, ele vai interpretar o vilão Joaquim. Afilhado de Eugênio (Marcello Novaes) e filho de Úrsula (Bárbara Paz), ele é mau caráter e interesseiro, vai se aproximar de Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela) a fim de se casar com ela e um dia ser dono da fazenda e da tecelagem. Mas ao perceber que Davi (Rafael Vitti) está ganhando o coração de Isadora, fará de tudo para separá-los.
“É a primeira vez que faço um vilão, o que é muito especial. Em todos os trabalhos a gente aprende muito, e eu tenho a sorte de sempre trabalhar com grandes atrizes, atores, diretores, equipes, são profissionais incríveis. Então, além de ser o meu primeiro vilão, é tudo muito maravilhoso porque estou com uma galera muito especial”, diz o ator.
Como você define o Joaquim?
Eu defino o Joaquim como um menino que não se conhece. É um menino que está procurando se conhecer e que não aceita o seu passado: ele não aceita de onde ele veio, a sua origem, a sua verdadeira história. Ele quer construir uma nova história, uma nova pessoa, porque ele não sabe quem é. Ele nasceu em um lugar confuso, a história dele é confusa, a mãe dele o manipula para que ele exerça esse lugar de poder e ocupe esse novo lugar na sociedade, já que eles vieram de uma situação precária. Uma pessoa que não sabe quem é, no mundo em que vivemos, está muito sujeita a deslizes. O mundo é cruel, e você pode deslizar na vaidade, nesses sentimentos mesquinhos humanos, que todo mundo tem. Mas quando você tem a firmeza de quem é, a sua essência, você consegue desviar disso e se equilibrar. Quando você não tem essa firmeza, é fácil ser seduzido pelo poder, pelo dinheiro… eu acho que ele acaba se embaralhando nessa nova figura que quer construir de nobreza, de herdeiro, de multimilionário, e tenta isso a qualquer custo – ele foi projetado pela mãe para isso, e ele não vai aceitar que ninguém atravesse o seu caminho.
Ele tem um processo de rejeição muito difícil: ele não teve pai, o amor da vida dele não o ama, ele é quase nobre, mas não é… ele é muito carente. Então, em busca desse amor, dessa aceitação, ele se embola e se torna uma pessoa ruim, mesquinha, preconceituosa, cujo objetivo na vida é casar com a Isadora, a quem ama, mas também que ser herdeiro daquilo tudo, quer se tornar multimilionário, patrão de todo mundo, e ele vai tentar fazer isso de qualquer forma, não medirá esforços. Seu caráter é bem duvidoso.
Em quem se inspirou para fazê-lo?
Eu não tenho uma inspiração direta para fazer o Joaquim. Acho que a gente sempre se inspira um pouco nas histórias que vê, que passa, em sentimentos que são próprios. Acho que todos os sentimentos estão dentro de nós, porque somos seres humanos. Acredito que o que difere o caráter de uma pessoa é o que você faz com esse sentimento, mas é claro que sentimentos ruins também passam pela nossa cabeça.
O Joaquim representa pessoas que a gente vê bastante por aí, e eu me inspiro mesmo na vida, nas pessoas, o nosso trabalho é contar histórias é falar sobre gente, nossa matéria-prima é gente. Tem muitos Joaquins nesse momento no Brasil, sobretudo em lugares de poder. Está tudo dentro de nós e ao nosso alcance, na observação do outro, é só a gente prestar atenção.
Qual a sua expectativa para esse trabalho?
São as melhores possíveis. É a primeira vez que faço um vilão, o que é muito especial. Em todos os trabalhos a gente aprende muito, e eu tenho a sorte de sempre trabalhar com grandes atrizes, atores, diretores, equipes, são profissionais incríveis. Então, além de ser o meu primeiro vilão, é tudo muito maravilhoso porque estou com uma galera muito especial. A novela da Alessandra (Poggi) é muito bem escrita, as tramas são muito boas, muito bem dirigida, o elenco é muito divertido, a identificação rolou de cara ainda na preparação. A gente tem uma história linda para contar e eu espero que as pessoas curtam, se emocionem, deem risada, fiquem com raiva, chorem, porque é mesmo muito legal. Espero que a novela toque o coração das pessoas, que é o maior desejo do artista.
Comente sobre a relação entre Joaquim e Úrsula.
A relação do Joaquim e da Úrsula é muito profunda, primeiro por ser uma relação de filho e mãe, o que já a faz profunda, e ela criou esse menino justamente para ser uma pessoa poderosa, para, além de ser herdeiro do padrinho, casar com a Isadora e ser herdeiro de tudo. É uma relação de muita manipulação; a Úrsula o manipula desde pequeno, ela sempre mostrou que ele deveria ser desta forma a qualquer custo, e eu acho que muito dessa busca, desse menino que não sabe quem é e das suas escolhas que ele faz está muito ligado à forma como a Úrsula o conduziu e educou. Ela tem muita influência na vida dele, na cabeça dele. Então, apesar de haver amor, também tem muita coisa esquisita, é uma relação muito confusa.
E como é a relação entre Joaquim e Eugênio?
A relação do Joaquim com o Eugênio é uma relação de muito amor. Apesar das coisas que ele faz com o Eugênio, o Joaquim tem um carinho por esse padrinho, tem admiração. Eu acho que ele queria ser um pouco o Eugênio, no sentido de ser um cara rico, poderoso… é uma figura de grande referência para o Joaquim. Até mesmo uma figura masculina, pois quando ele é adotado, acaba se estabelecendo de alguma forma uma relação de pai e filho também. Acho que ele se inspira nesse padrinho; apesar de tudo o que ele faz, o Eugênio é aquilo que o Joaquim quer ser.
Joaquim ama mesmo Isadora?
A relação do Joaquim com a Isadora é de amor, sim, mas um amor equivocado. Nem sempre quem ama faz bem para a pessoa que ama. Às vezes ele é doentio, é possessivo, e eu acho que o Joaquim tem esse tipo de amor pela Isadora, e esse sentimento de posse, que é uma coisa da época e também dele – se não fosse uma novela de época, ele também teria esse sentimento de posse. Além disso, a Úrsula colocou na cabeça dele que ele tem que casar com a Isadora, então, além do amor, ele já vem imbuído de muitas outras coisas que fazem parecer que a relação é de puro interesse, mas não é. A Isadora é o amor da vida dele e além de tudo vem com o maior sonho dele, que é ser herdeiro e dono de tudo, então é o pacote completo.
Está tudo perfeito até o Davi (Rafael Vitti) chegar; ele tem a mulher que ama, tem o emprego em um bom lugar, que vai herdar, mas o Davi chega e o Joaquim não aceita perder. É aí que ele se descontrola, e que esse amor passa a ser doentio mesmo, esses sentimentos passam a ficar cada vez mais misturados e confusos. Quando você ama, está incluído o que você quer construir com essa pessoa, o futuro. Lembrando que o Joaquim veio da rua, em uma época em que era impossível nascer pobre e ficar rico, a Isadora representa a chance de ele virar nobre, herdeiro, e dono de tudo pela primeira vez. A Isadora representa a construção do novo, que é o que ele quer. Esse amor vem, então, misturado com milhões de outras coisas que lhe foram ensinadas desde pequeno, mas é amor.
