Claudia Raia sobre Ti Ti Ti: “Até hoje o público fala da Jaqueline”
Em entrevista, atriz conta um pouco sobre as lembranças da novela, que estará de volta no Vale a Pena Ver de Novo a partir do próximo dia 29
atualizado
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A sensação de que viveu várias mulheres diferentes na pele da perua Jaqueline em Ti Ti Ti faz com que ela ocupe um lugar especial na galeria de tipos memoráveis que Claudia Raia coleciona ao longo da carreira. Durante a trama, a personagem, muito ligada ao universo da moda, mudou de visual e cor dos cabelos diversas vezes, além de ter uma personalidade intensa, exuberante, com um humor ácido e por vezes debochado.
“A Jaqueline é uma Porcina pop, extravagante, exuberante. Mesmo sendo uma personagem de comédia, me trouxe um outro registro. Ainda não tinha feito uma como ela”, relembra Claudia, que está ansiosa para rever suas cenas na trama. “Eu amei receber a notícia de que a novela iria voltar. Jaqueline é uma personagem muito querida também pelo público. Ela é sempre muito lembrada. Foi uma novela deliciosa e mais um trabalho em que fui dirigida pelo meu amigo-irmão Jorge Fernando. Vai ser uma maneira de matar a saudade que sinto dele todos os dias”, revela.
Em entrevista, a atriz conta um pouco mais sobre as lembranças da novela, que estará de volta no Vale a Pena Ver de Novo a partir do próximo dia 29, dividindo a faixa com as emoções finais de Laços de Família. Ti Ti Ti é escrita por Maria Adelaide Amaral, com direção de núcleo de Jorge Fernando e direção de Marcelo Zambelli, Maria de Médicis e Ary Coslov.
Como foi receber a notícia de que Ti Ti Ti estará de volta no Vale a Pena Ver de Novo? Era um desejo do público que a novela voltasse. Seu também?
Eu amei receber essa notícia. Jaqueline é uma personagem tão querida por mim e pelo público. Ela é sempre muito lembrada. Foi uma novela deliciosa, mais um trabalho com meu querido parceiro Alexandre Borges, que é meu marido da ficção de tanto par romântico que fizemos juntos (risos). Sem contar que é mais um trabalho em que fui dirigida pelo meu amigo-irmão Jorge Fernando. Vai ser uma maneira de matar a saudade que sinto dele todos os dias.
Qual a importância que esse trabalho tem na sua carreira? Quais são as principais recordações que a novela te traz?
Jaqueline era uma mulher completamente destrambelhada (risos). E o público se divertia muito com esse jeito dela. Mesmo sendo uma personagem de comédia, Jaqueline me trouxe um outro registro. Ainda não tinha feito uma personagem como ela. Foi interessante também porque foi a primeira personagem de novela que eu interpretei depois de A Favorita, e Jaqueline e Donatela não poderiam ser mais diferentes.
Como foi a composição para a personagem? Quais referências usou da primeira versão, exibida em 1985, e o que aprendeu sobre o mundo da moda?
Eu já sou uma pessoa muito ligada a moda. Então, poder viver esse universo na novela foi uma delícia. Quando Jorge Fernando falou comigo sobre o trabalho, ele disse que queria que a minha personagem fosse a primona do Brasil. E assim foi! A Jaqueline é uma Porcina pop, extravagante, exuberante… A Jaqueline da primeira versão foi interpretada pela Sandra Bréa, que é minha grande referência de musicais feitos em televisão. As nossas Jaquelines foram bem diferentes, mas foi muito interessante essa reverência a ela. E claro que eu fui buscar referências nela também para a personagem.
Conte um pouco sobre representar uma mulher extravagante, cômica, que estava sempre mudando de visual. Você se identifica com a personagem, tem muitas características em comum com ela?
Eu adorei isso porque fui muitas personagens em uma mesma novela. Não posso deixar de falar da figurinista Marilia Carneiro, que foi muito importante para esse trabalho centrado na moda. O trabalho de moda dessa personagem, desse universo todo de ‘Ti Ti Ti’ é muito importante e o trabalho impecável da Marilia tem de ser enaltecido. Ao mesmo tempo que eu e Jaqueline temos muito em comum, também somos muito diferentes. Acho que a exuberância, o interesse por moda e o humor, ter essa lente do humor para a vida, são características que compartilhamos. Mas quando você olha a personagem mais a fundo, percebe que somos completamente diferentes. Jaqueline é tão imersa em si mesma que não tem espaço para mais ninguém, nem para a própria filha. Na verdade, ela tem uma quase obsessão em ser amada, em casar com alguém por quem seja completamente apaixonada e viver seu conto de fadas. Mas nessa busca ela negligencia todo o entorno. Eu sou o extremo oposto disso. Estou sempre de olho em todo mundo que me rodeia, preocupada com o bem-estar de todos. Tenho esse perfil mãezona mesmo, de cuidar, de acolher, não só com os meus filhos, mas com todas as pessoas que estão por perto. Sou muito maternal.
Como foi trabalhar com o Alexandre Borges e construir a relação entre a Jaqueline e o Jacques Leclair? E como era a relação com o restante do elenco com quem mais contracenava?
Trabalhar com o Alexandre Borges é como estar em casa (risos). Acho que ele é a pessoa com quem mais fiz par romântico na vida! Então, foi muito fácil construir a intimidade dos personagens em cena porque nós nos conhecemos muito bem tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Sabemos o que dá liga, o que funciona, como o outro trabalha, então, ficamos sempre muito à vontade. Minha relação com o restante do elenco era ótima também, só gente muito talentosa estava ali. Foi tão boa que a Fernanda Souza, minha filha da ficção, se tornou minha filha do coração. Até hoje somos grudadas.
Qual sua principal lembrança dos bastidores?
São tantas! Teve a festa de aniversário surpresa que organizei para o Alexandre Borges. Detalhe que no dia anterior ele tinha tido outra festa (risos). Mas como eu não gravava e queria comemorar com ele também, organizei outra. A gente tem que celebrar a vida! O clima era muito descontraído, todo mundo se dava bem, o elenco era muito entrosado. Era um set maravilhoso!
Você já interpretou muitos personagens cômicos. A comédia continua tendo um lugar especial na sua carreira? Tem preferência pelo humor hoje em dia nos trabalhos?
A comédia é muito especial para mim. Não tenho preferência entre drama e comédia. O que sempre falo é que comédia exige do ator uma preparação diferente, um tempo diferente. É um trabalho extremamente minucioso e que exige uma precisão enorme. Eu adoro. Por acaso, o espetáculo com o qual estava em cartaz antes de a pandemia começar era uma comédia musical, Conserto para Dois, que tem apenas eu e Jarbas (Homem de Mello) no palco dando vida aos 12 personagens da história.
Qual cena de Ti Ti Ti foi mais marcante pra você?
É difícil escolher uma só! Jaqueline se meteu em cada enrascada (risos). Acho que todas as loucuras que ela faz pelo Jacques Leclair (Alexandre Borges) são hilárias. E ela não tem pudor, ela fez de tudo mesmo.
Como foi o retorno do público na época da novela? As pessoas ainda comentam sobre esse trabalho com você?
O melhor possível. Até hoje o público ainda fala da Jaqueline, do cabelo dela. O jeito fofo e super romântico da Jaqueline seduziu o público completamente.
Quais são seus planos e projetos para esse ano?
Ser vacinada. Ainda não dá para dizer muito sobre planos futuros porque tudo muda o tempo todo. A ideia era voltar ao teatro, mas agora não sabemos mais quando será possível. Estamos aguardando.