Canguru Flor roubou a cena em Pega Pega e foi rejeitada
A novidade causou rebuliço nas redes quando a novela estreou e público viu Flor com estranheza; a autora chegou a tirar Flor da trama
atualizado
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Um certo canguru roubou a cena nos primeiros capítulos de Pega Pega. No universo particular de Bebeth (Valentina Herszage), o bichinho de pelúcia encontrado na mata enquanto ela fugia do pai, Eric (Mateus Solano), ganhou voz e movimentos graças à imaginação da adolescente e a uma animação em 3D. Mas transformar em realidade o mundo mágico da menina, traumatizada após a perda precoce da mãe, não é uma tarefa simples.
Valentina chegava a fazer a mesma cena cinco vezes. Ela começava contracenando com a boneca desanimada só para ter uma referência, depois repetia com a boneca e dois manipuladores. Na terceira vez, eles tiravam a boneca. O que valia, no entanto, era a interpretação da atriz contracenando com o nada. Em seguida, gravava mais uma vez com o nada e com um fundo azul atrás. Na quinta vez, às vezes tinha um robô que fazia os movimentos que são vistos no ar através da animação.
Na sinopse de Pega Pega, a autora Cláudia Souto compara a relação de Bebeth com a canguru Flor (batizada assim porque a boneca usa um lenço florido no pescoço) a de Calvin e Haroldo, sucesso nas tirinhas. Mas a parceria na novela não será tão duradoura quanto a dos personagens dos quadrinhos. As alucinações de Bebeth vão acabar a partir do capítulo 20, quando a personagem já estará vivendo o seu primeiro amor com Márcio (Jaffar Bambirra).
A novidade causou rebuliço nas redes quando a novela estreou e parte do público viu Flor com estranheza. A autora chegou a tirar Flor da trama, mas ela retornou depois.
Animação em 3D
Foi em setembro de 2016, quase um ano antes da estreia, que a canguru Flor começou a ser gerada. Quatro designers e três animadores, integrantes da equipe de efeitos visuais de Pega Pega, deram o pontapé inicial no trabalho fazendo protótipos do animal. Em seguida, o molde físico ganhou uma versão digital e, a partir daí, veio a construção do esqueleto computadorizado, chamado de rigg, a colocação de textura para dar a impressão de pelo e, finalmente, a animação.
Como Bebeth não reconhece a canguru como um boneco, aos olhos dela a equipe precisava imprimir realidade. A equipe, então, partiu para um caminho de fazer esse personagem em 3D, ou seja, colocar uma ideia de cartoon e todos foram atrás de um caminho que tivesse tecnologia. A intenção a equipe, no entanto, quis esconder o uso da tecnologia. “Não estou fazendo uma obra de ficção científica. A tecnologia entra para que, de alguma maneira, nos possibilite contar uma história e criar esse mundo ficcional, a fim de que o público viaje conosco. É um trabalho árduo”, contou o diretor artístico Luiz Henrique Rios na época.