Camila Queiroz revê Verdades Secretas pela 1ª vez: “Me lembro de cada detalhe”
Interpretar Angel na trama de Walcyr Carrasco mudou a vida da atriz tamanho o sucesso da obra e sua personagem
atualizado
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Interpretar Angel em Verdades Secretas mudou a vida de Camila Queiroz tamanho o sucesso da obra e sua personagem. Com a reprise da trama de Walcyr Carrasco, a atriz revive esse momento e, pela primeira vez desde 2015, irá rever seu trabalho de estreia. “Eu sempre fui muito autocrítica, mas tenho tentado cada vez mais ter empatia e compaixão por mim mesma e entender que eu fiz o melhor que podia ser feito naquele momento”, revela.
Na história que arrebatou o público e conquistou o Emmy 2016 de Melhor Novela, Camila vive com muita desenvoltura a jovem tímida e romântica que se envolve com o submundo do glamour e da moda. Oportunidade que agarrou com unhas e dentes e trouxe muitas conquistas em sua trajetória profissional. “A Angel é uma personagem muito desafiadora. Ela tem muitas nuances e camadas. Eu acredito que todo ator sonhe com personagens complexos, que exijam mais de nós. Eu amo desafios, eles tornam o trabalho mais estimulante para mim”, explica.
O trabalho de estreia trouxe também a oportunidade de contracenar com atores consagrados, como Marieta Severo, Drica Moraes, Ana Lucia Torre e Rodrigo Lombardi. Camila conta que estava sempre atenta a todos os ensinamentos e situações em que poderia se desenvolver cada vez mais. “Eu me lembro de tudo, de cada detalhe do período de preparação e gravação. Por ter sido o meu primeiro trabalho como atriz, quis absorver tudo e curtir muito cada momento que vivi. Eu tive a sorte e o privilégio de tê-los ao meu lado. Foram meu apoio, escola. Aprendi tanto. Tenho muita gratidão por cada um e por tudo o que me ensinaram”, revela ela, que relembra mais sobre o trabalho na trama, os bastidores, e a repercussão com o público.
Como você descreveria a Arlete (Angel) e como foi o processo de construção dela?
No começo da história temos uma menina de 16 anos que vive no interior de São Paulo com os pais e sonha em ser modelo. Arlete chega em São Paulo em busca dos seus sonhos depois de uma dura separação dos pais e percebe que as coisas não são tão simples assim, as pessoas são bem mais cruéis do que poderia supor. Acho que a partir daí ela descobre um novo mundo e passa a ter de fazer escolhas, mas escolhas sempre geram consequências. Paralelamente, vemos a personagem amadurecendo e se descobrindo também como mulher e sobre sua própria sexualidade.
Qual a principal lembrança que você tem do período de gravação da trama?
Eu me lembro de tudo, de cada detalhe. Por ter sido o meu primeiro trabalho como atriz, quis absorver tudo e curtir muito cada momento que vivi. Uma coisa que era dominante nos nossos bastidores era a intimidade e união do elenco. Construímos uma relação muito boa e isso fazia com que os nossos bastidores fossem leves e cheio de amor.
Qual foi o principal desafio desse trabalho?
Todo o trabalho. Do início ao fim. A Angel é uma personagem desafiadora. Ela tem muitas nuances e camadas. Eu acredito que todo ator sonhe com personagens complexos, que exijam mais de nós. Eu amo desafios, eles tornam o trabalho mais estimulante para mim.
O que mais aprendeu do ofício ao interpretar a primeira vez uma personagem com tanto peso?
Aprendi a respeitá-lo mais do que nunca. Aprendi muito sobre mim também. Minha auto concentração. Sempre fui amante das telenovelas e sempre tive paixão por esse trabalho.
O público a abordava muito nas ruas por conta da trama quando ela foi exibida originalmente?
Muito. Muito mesmo. E eu ao mesmo tempo que amava toda essa reação e carinho com o meu trabalho, me assustava, porque nunca imaginei que um dia isso pudesse acontecer e que de repente tantas pessoas fossem se interessar em saber sobre mim ou meu trabalho. Mas isso só mostra o quanto o público recebeu bem a história e a personagem e eu tenho muita gratidão por isso.
Verdades Secretas fez muito sucesso em 2015. A que você atribui o êxito da história, e como acha que será a recepção do público agora?
Acho que Verdades foi inovadora. Tudo era muito encaixado e afinado. Texto, direção, fotografia. Sua ousadia. Trouxemos questões para serem discutidas pela sociedade. Falamos sobre a hipocrisia, falta de ética…. Colocamos o dedo em algumas feridas que provocaram discussões e ainda provocam. E essa é uma das funções da arte: gerar debates, opiniões, críticas, discussões, enfim, trazer os mais diferentes temas. Seis anos depois parece tão pouco, mas sinto que evoluímos muito de lá pra cá. Talvez algumas coisas não sejam mais aceitas ou vistas da mesma maneira que foram, que bom. Serão novos pontos de vistas da história e eu estou doida pra acompanhar tudo isso.
Você pretende assistir novamente à trama? É muita autocrítica ao rever um trabalho antigo?
Pretendo sim, eu sou apaixonada por esse projeto e será a primeira vez que verei depois de 2015. Dessa vez pretendo conseguir assistir tudo. Eu sempre fui muito autocrítica, mas tenho tentado cada vez mais ter empatia e compaixão por mim mesma e entender que eu fiz o melhor que podia ser feito naquele momento.
Os bastidores dos desfiles e da agência eram agitados e cheios de intrigas. E como eram os bastidores de gravação? O que lembra com mais carinho?
Eram mesmo (risos). Todos nós éramos muito unidos e todos queríamos que o projeto fosse um sucesso, então cada um deu o seu melhor e vibrávamos juntos o sucesso e a aceitação do público. Um fato curioso é que o primeiro desfile da Angel levou cinco dias para ser gravado no total. Entre bastidores e passarela. Em três locações diferentes. Um show mesmo!
Como era para você contracenar com veteranos em seu primeiro papel?
Eu tive a sorte e o privilégio de tê-los ao meu lado. Me estenderam a mão. Foram meu apoio, escola. Aprendi tanto. Tenho muita gratidão por cada um e por tudo o que me ensinaram.