Se alguém achava que as novelas estavam com seus dias contados, a pandemia chegou para provar que não. Mesmo com as tramas inéditas paralisadas por quase um ano, as reprises fizeram bonito e não só mantiveram os índices de audiência de suas antecessoras como até mesmo superaram os números das historias anteriores. Sinal de que o telespectador brasileiro ainda é fã do bom e velho folhetim. A segunda fase de Amor de Mãe teve audiência maior que A Força do Querer. Mas Fina Estampa, por exemplo, registrou números melhores que a primeira temporada da trama de Manuela Dias.

“O comportamento de audiência das novelas da TV Globo, antes e durante a pandemia, não foge muito de um patamar médio. Naturalmente, teremos sempre uma ou outra obra que registra mais audiência. E, como sabemos, os motivos são variados. A reestreia de Amor de Mãe está sendo um sucesso e, no dia 22, volta ao ar Salve-se Quem Puder”, diz a Central Globo de Comunicação.

Manuela Dias sabe bem a força que as novelas têm. A autora, que diz “ter fetiche” com a TV aberta, afirma que as novelas são uma importante ferramenta social. “Desde sempre ouço sobre a morte do teatro, depois da TV e das novelas. Mas os formatos sobrevivem encontrando seu publico. São 40 milhões de pessoas assistindo novela todo dia. É um gênero muito forte no Brasil”, fala a novelista.

Durante a pandemia, o crescimento do Globoplay também é uma mostra do poder de fogo das novelas. O streaming mais que dobrou o número de assinantes em 2020. Segundo a empresa, somente no primeiro semestre, a plataforma teve aumento de 145% no número de assinantes, em comparação com o mesmo período de 2019. Entre janeiro e dezembro de 2020, houve um aumento de 142% na transmissão de novelas, também em comparação com o ano anterior.

“Acompanhar as novelas já é um hábito consolidado dos brasileiros. Reprises não são necessariamente uma novidade. Temos aí o Vale a Pena Ver de Novo, que há mais de 4 décadas vem colecionando sucessos na TV aberta. Temos o Viva que só exibe reprises e é o canal mais visto da TV fechada. Temos também o projeto de resgate das novelas clássicas no Globoplay muito bem sucedido. Isso comprova a relevância do conteúdo e a capacidade que as obras têm de dialogar com a sociedade provocando engajamento, independentemente da plataforma e horários de exibição”, continua a Central Globo de Comunicação sobre o assunto.

A emissora sabe que o período de isolamento causado pela pandemia colaborou com o crescimento. “Considerando os horários das seis, sete e nove, as novelas tiveram um excelente comportamento, e foi muito importante poder contar com nosso acervo pra poder lançar mão de obras adequadas aos públicos e ao momento que estamos vivendo. As novelas voltaram a pautar conversas, movimentaram as redes e levaram entretenimento ao brasileiro nesse momento difícil. Acreditamos, queremos e estamos voltando a produzir conteúdos originais. O público quer consumir novidade e estamos, com todo cuidado e segurança, entregando novas histórias”, diz, a CGCOM em nota à coluna.