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Atriz de Sintonia diz que ainda há preconceito contra religiões

Protagonista da série da Netflix, Bruna Mascarenhas estudou a religião evangélica para a nova fase da personagem

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1 de 1 Sintonia - Foto: Netflix/Divulgação

A segunda temporada de Sintonia, uma das séries brasileiras de maior sucesso da Netflix, estreou no fim de outubro com seis episódios, muito funk, descobertas, novos conflitos e, claro, amizade entre Doni (Jottapê), Rita (Bruna Mascarenhas) e Nando (Christian Malheiros).

A trama continua seguindo os passos dos três amigos que, depois de lutarem para conquistar seu espaço, vão enfrentar o desafio de chegar longe sem esquecer as origens.

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Nesta nova leva de episódios, a protagonista da série está ainda mais firme no caminho da Igreja e muitas coisas mudam na vida da jovem. Ela, inclusive, constrói um templo para a comunidade.

“Acho que para a Rita é como se ela estivesse construindo essa família que acabou perdendo. Ela acaba atuando na Igreja no mesmo segmento do pai, que também trabalhava com as finanças. É um momento em que ela está com mais responsabilidades, está mais adulta. A Rita viu na Igreja uma oportunidade, mas acho que ela descobriu algo bem maior, que foi um propósito”, diz a atriz em entrevista abaixo.

Como vamos encontrar a Rita no começo da segunda temporada?
Muitas coisas aconteceram na primeira temporada, a vida dela deu uma reviravolta. Ela encontrou o caminho na Igreja, mas acho que ainda estava muito perdida. No começo da segunda temporada, já se passou quase um ano, acho que ela está mais forte, inclusive nessa escolha que ela fez porque quando você escolhe seguir o caminho da Igreja, muitas coisas mudam na sua vida. Ela demorou também para se desapegar do Formiga. Acho que nessa segunda temporada ela está mais madura, realmente sabendo onde está pisando e qual caminho quer trilhar. Ela cria uma relação maternal e também de sócia com a pastora Sueli. Mas, na segunda temporada, a Rita toma as rédeas da situação. E criam juntas um novo espaço. Acho que para a Rita, construir uma igreja para a comunidade, é como se ela estivesse construindo essa família que acabou perdendo. Ela acaba atuando na Igreja no mesmo segmento do pai, que também trabalhava com as finanças. É um momento em que ela está com mais responsabilidades, está mais adulta. A Rita viu na Igreja uma oportunidade, mas acho que ela descobriu algo bem maior, que foi um propósito.

Como foi aprender sobre o universo evangélico e poder retratar isso de uma maneira honesta na série?
Até me emociono porque um pouco depois de a gente estrear a primeira temporada, meu irmão se converteu [à religião evangélica]. Entrei na primeira temporada faltando duas semanas [para as gravações], foi tudo muito rápido, havia muita coisa para entender, para assimilar. E nesta tive bastante tempo para estudar a Rita e a religião evangélica. Quando comecei a ensaiar a segunda temporada, meu irmão já estava convertido há um ano e meio. Foi lindo estudar com ele, que tem 19 anos, a mesma idade da Rita, poder aprender com ele e ele, comigo. Acho que a gente tem muitos preconceitos com religiões. Na verdade, acho que a gente tem muitos preconceitos com tudo na vida. Obviamente, também tenho os meus. Mas acho que o papel do ator também é trabalhar a empatia. E sou muito grata ao meu irmão por ele me ensinar tanto. Tenho certeza que se eu não tivesse tido esse suporte, a personagem seria outra. Então, fiquei muito feliz de poder desconstruir esses preconceitos para reconstruir uma nova visão em relação a Rita, ao caminho dela e as escolhas que ela faz.

A Rita é movida por várias coisas – pela ambição, pelas circunstâncias, pelas amizades, pelo amor, pela família. E ela não é perfeita, é muito forte de um jeito imperfeito.
Sim, acho que quando a série estourou, as pessoas se identificaram muito exatamente porque os personagens são muito humanizados. Acho que a gente tirou um pouco esse lugar do certo e errado, do bem e do mal. A Rita recebeu muitas críticas. Ela demorou para assumir que foi responsável pela prisão da Cacau: “Eu não fiz na maldade, não queria machucá-la”. Mas ela fez, né? A gente espera que a mocinha vá fazer tudo correto, mas a realidade é que a gente erra, a gente é humano e às vezes vai ter medo de assumir a nossa responsa, né? Acho que caiu um pouco esse lugar da mocinha que só faz coisa boa. Às vezes, ela não vai assumir o B.O. dela, vai botar a responsabilidade na outra pessoa. Porque é isso, às vezes a gente demora um tempo para entender as nossas feridas e onde a gente errou, né?

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