“Anaju é meu xodó, a filha que a arte me deu”, diz Helena Fernandes
No ar em Malhação, atriz comenta a descoberta de Lucrécia sobre o câncer de mama e a relação que construiu com Anaju Dorigon
atualizado
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Lucrécia (Helena Fernandes) está passando por um momento delicado em Malhação Sonhos. Após descobrir um nódulo na mama, a professora da Ribalta passa por uma bateria de exames, esconde a verdade de sua filha, Jade (Anaju Dorigon), e conta com Edgard (Guilherme Piva) para enfrentar essa dura batalha. Nos próximos capítulos da temporada, o amigo de longa data é quem acompanha Lucrécia em mais um procedimento importante.
Em entrevista, a atriz Helena Fernandes relembra as cenas emocionantes e socialmente relevantes relacionadas ao câncer de mama. “Foi um momento muito especial, principalmente a cena do autoexame. A cena ficou linda, emocionante e foi muito importante. Lembro que, na época, ela foi exibida no Outubro Rosa e foi uma ação social para mostrar às mulheres o quão importante é fazer o diagnóstico o mais cedo possível”, conta.
Fale da trajetória do seu personagem na trama.
A Lucrécia é uma personagem mais dura com os alunos na escola e também com a filha, com o grau de exigência que ela tem. Na verdade, ela projeta na filha a realização dela, já que na juventude, quando era a primeira bailarina do Theatro Municipal, ela sofreu um acidente e teve a carreira interrompida. E mesmo sem questionar se esse é o sonho da Jade ou não, ela projeta essa realização na filha. Me surpreendeu, embora eu já soubesse, que a personagem ficaria doente no meio da trama. Ela começa a novela dura e vai revendo a vida dela com a filha e com os amigos na escola, e isso foi muito maravilhoso. A personagem é construída de uma maneira e acaba se desconstruindo para se tornar outra. Isso é muito rico para o artista.
Como foi a relação nos bastidores de gravação?
Foi um encontro de amor. O Guilherme Piva, que faz o Edgard, por exemplo, é meu amigo pessoal de muito anos, meu amigo irmão que eu amo muito. E a Anaju, que interpretava a Jade, eu trouxe pra minha vida. Ela foi minha filha na ficção e virou minha filha na vida real. É uma pessoa que veio pra ficar. A comunicação e a troca no trabalho foi maravilhosa entre nós três. Anaju é meu xodó. Eu sou mãe de três filhos homens e tenho um enteado, então posso dizer que ela é a filha que a arte me deu.
O que a trama representou pra você e sua carreira?
Eu acho que em todo personagem a gente se entrega bastante, mas também recebe muito em troca. E a Lucrécia me enriqueceu muito. Tanto como pessoa, quanto na minha carreira. Ela me deu segurança, eu cresci e amadureci como atriz. A Lucrécia chegou num momento em que eu já estava mais madura e me marcou muito. A relação de mãe e filha deu muito certo porque éramos duas atrizes entregues em cena, por isso o público amou tanto ver essa relação no ar. Eu acredito num trabalho em que todo mundo joga junto, nós somos um time. E a gente conseguiu vivenciar isso de verdade. É muito bom quando a gente sai de um trabalho assim, com todo mundo vestindo a camisa e celebrando o sucesso.
A que você atribui o carinho do público por Malhação Sonhos.
Eu atribuo o sucesso de Malhação Sonhos ao texto maravilhoso. Todos os personagens tiveram a sua oportunidade de brilhar e os atores construíram muito bem seus papéis, então acredito que tenha sido um conjunto de ótimos fatores. Tá tudo ali, a Malhação Sonhos fala de amor, é sobre você se refazer dentro da sua estrutura familiar. Não só foi escrita com amor, mas também foi representada e recebida com o mesmo amor, pois os adolescentes se reconheciam em seus sonhos e conflitos. Tínhamos um time de verdade, unido em um mesmo objetivo de entregar o seu melhor. Todo mundo era feliz com os seus personagens e isso faz uma diferença enorme no resultado do trabalho. Eu acredito que ninguém possa vencer sozinho, a união faz a força.