A vida longe dos holofotes do ator João Baldasserini
Ele trocou São Paulo pelo interior para dar mais qualidade de vida a Heleno, seu filho de 1 ano e 5 meses: “Criar um filho não é fácil”
atualizado
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João Baldasserini viveu um momento raro na carreira de um ator. Enquanto estava gravando as últimas cenas de Zezinho, seu personagem em Salve-se Quem Puder, ele foi escalado para voltar a se transformar em Beto, o antagonista de Haja Coração. O autor Daniel Ortiz escreveu um final alternativo para Tancinha (Mariana Ximenes) e João gravou como Beto anos depois do fim da trama. O desfecho gravado não foi ao ar, mas o ator garante que se divertiu com a novidade. Pai de Heleno, de 1 ano e 5 meses, João escolheu voltar a morar em Indaiatuba, no interior de São Paulo, para dar uma melhor qualidade de vida para o menino e a mulher, a psicóloga Erica. Abaixo, a coluna bateu um papo com o ator, que está no ar na faixa das sete.
Que tal estar em duas novelas seguidas sem estar gravando? Conseguiu se assistir? Gostou da experiência?
Realmente uma situação inédita na minha carreira, duas novelas seguidas no ar. Mas fiquei feliz por serem dois personagens bem diferentes um do outro, assim estou podendo mostrar mais do meu trabalho e versatilidade.
O que achou de Beto – mais uma vez! – ter sido preterido por Apolo? Os fãs de Betancinha ficaram inconsoláveis!
Os fãs vão a loucura mesmo, eu entendo. Beto conquistou uma legião de fãs, e a torcida pelo casal era grande. Eu realmente achei que, nesta reprise da novela, o final poderia ser com o Beto, até por que nós gravamos esse final diferente. Acho que foi uma surpresa para todos, inclusive para mim. O “Betancinha” ficou mesmo só no coração dos fãs (risos).
Como foi gravar novamente como Beto ainda fazendo o Zezinho, de Salve-se Quem Puder?
Foi divertido, e um tanto difícil também. Foi um pouco difícil no início para lembrar o tom do personagem, o jeito, o ritmo das falas, dos gestos… Isso tudo já estava guardado em uma gaveta na minha cabeça por anos. Mas o diretor Fred Mayrink foi primordial para esse processo de reconstrução do personagem! Ele foi me lembrando, me fazendo resgatar a memória, até que houve um momento em que eu “senti” o Beto nas minhas mãos novamente. O Zezinho nesse momento estava no “cabide” do camarim, esperando eu voltar para vesti-lo novamente.
Zezinho é um personagem leve, divertido. Se orgulha de estar levando leveza e entretenimento para o público num momento tão triste?
Nesse momento tão desolador, o que nos resta é rezar, ter gratidão pela vida, e respeito pelos que se foram. Mas é claro que precisamos aliviar o nosso emocional, pode ser buscando uma leitura, desenvolvendo um hobby, ou até mesmo se entretendo com uma novela, que é leve e divertida, e o Zezinho está ali pra isso.
Ao contrário da maioria das estrelas de TV, você vive mais isolado, no interior de São Paulo, longe dos holofotes. Consegue ter uma vida normal por aí?
Sim, consigo ter uma vida normal por aqui, às vezes eu encontro uma pessoa que não sabe que sou da cidade, mas a grande maioria já me reconhece como indaiatubano. Sou encantado por esse lugar! Admiro muito essa cidade, e a qualidade de vida que eu tenho aqui é ótima. Fora que meus familiares estão pertinho de mim.
Por que escolheu não viver em São Paulo ou no Rio como a maioria das estrelas de TV?
Eu morei uns 10 anos em SP, no início da minha carreira. Eu amo São Paulo, amo trabalhar em São Paulo, fazer teatro e assistir teatro lá. Meus grandes amigos moram em SP. Antes da pandemia, sempre que podia pegava o carro e ia passar um final de semana na casa de um amigo. Indaiatuba fica apenas a 1 hora de carro até São Paulo, é muito perto. Por isso mesmo, eu escolhi morar aqui. Nada me impede de continuar trabalhando em SP ou no Rio. O aeroporto de Viracopos fica a 15 minutos de Indaiatuba. Quando eu preciso, dou um pulo e chego no Rio de Janeiro também. Mas para morar, criar meu filho, e ter um lar, eu prefiro o clima e a qualidade de vida do interior.
Que tipo de pai você é para o Heleno? Quais são as maiores dores e as maiores delícias da paternidade?
Sou o tipo de pai que está aprendendo tudo junto com ele. Ele me ensina muito, me mostra como eu posso ser capaz de cuidar e proteger, de amar incondicionalmente. Criar um filho não é fácil, é desafiador e dolorido muitas vezes. Educar, mostrar o que é certo, ensinar… não é tão confortável às vezes. Mas para que ele cresça e entenda lá na frente os valores, ele precisa passar por esse processo, que pode ser estressante para ele no começo. Isso dói num pai e numa mãe. Mas sou eternamente grato pela vida do meu filho. Ele é maravilhoso, me transformou num homem maduro, com muito mais consciência e respeito pela vida!
Tem medo de perder alguma fase dele por causa da ausência que seu tipo de trabalho pode causar?
Com certeza. Minha profissão, às vezes, pode me deixar longe dele por algum tempo, isso realmente me aflige hoje em dia. Me tornei até mais exigente nas escolhas dos meus trabalhos. Óbvio que não vou deixar de trabalhar, até porque preciso, mas nas folgas e nos breves momentos de pausa, nada como uma ligação, uma ponte aérea, resolvemos do jeito que dá.
Quais são seus projetos pra TV?
Estou analisando algumas propostas e fazendo alguns testes para séries de televisão, mas ainda nada que eu possa revelar. Mas garanto que vocês não vão ficar muito tempo sem me ver na telinha!