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O que é integridade da informação, um termo que você deve conhecer

O que é integridade da informação, assunto em alta nas discussões sobre políticas digitais, e por que o tema é importante para o Brasil

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Imagem de um computador ressaltado a conectividade
1 de 1 Imagem de um computador ressaltado a conectividade - Foto: Buffik/Pixabay

O Brasil hospeda nesta semana em São Paulo dois grandes eventos que discutem governança da internet e temas que envolvem o ambiente digital, reunindo integrantes de governos, organizações multilaterais, sociedade civil, setor empresarial e comunidade científica em espaços de diálogo, coleta de evidências e intercâmbio de boas práticas.

O primeiro, o NETmundial + 10, está sendo organizado pelo Comitê Gestor da Internet e tem o intuito de discutir governança da internet em diferentes níveis. O segundo, nos dias 30 de abril e 1° de maio, é um evento paralelo ao G20, com o tema Promover a Integridade da Informação: combatendo a desinformação, o discurso de ódio e as ameaças às instituições públicas online, e está sob o comando da Secretaria de Políticas Digitais, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Mas o que é, na prática, integridade da informação, e qual o papel do Brasil nessa discussão que promete esquentar nos próximos meses?

Integridade da informação é a precisão, a consistência e a confiabilidade da informação, e tem sido o termo usado como guarda-chuva para se discutir assuntos sob séria ameaça com o avanço da desordem informacional em que o Brasil e outros países estão mergulhados. A desordem se manifesta em rodas de conversas públicas contaminadas por desinformação (as chamadas fake news), discursos de ódio e baixo acesso à educação midiática.

Em um informe publicado em outubro de 2023, a ONU chamou a atenção para como as ameaças à integridade da informação estão tendo um impacto direto no progresso de questões globais, nacionais e locais, e que é preciso um esforço conjunto para “tornar o espaço digital mais inclusivo e seguro para todas as pessoas, ao passo que é preciso defender vigorosamente o direito à liberdade de opinião e expressão e o direito de acesso à informação”.

“As ameaças à integridade da informação não são novas. Mentiras e ódio têm sido espalhados há muito tempo para ganhos políticos ou financeiros. No entanto, na era digital, essas operações podem ser realizadas em uma escala que antes era impensável. Poderosas ferramentas de comunicação agora podem espalhar conteúdo instantaneamente por todo o mundo, criando um problema tão generalizado que as próprias plataformas digitais às vezes são incapazes de compreender sua extensão total”, destacou o informe Integridade da Informação nas Plataformas Digitais.

Embora seja um tema em alta, há quem questione a adoção do termo por achar que é mais um novo nome para ilustrar velhos problemas, o que pode gerar mais dificuldade de se discutir temas tão sensíveis e urgentes com a maior parte da população, distanciando cada vez mais o discurso de quem sofre com os efeitos na prática. Por exemplo quem está deixando de se vacinar após a exposição massiva a tantas mentiras que têm se espalhado nas redes sociais.

Eventos como os desta semana prometem reduzir essas lacunas. Será uma oportunidade, por exemplo, de discutir como o Sul Global tem sido impactado por toda essa desordem e quais são as saídas conjuntas possíveis.

Será, ainda, uma chance de posicionar estrategicamente o Brasil em uma discussão que tem ganhado fôlego em outros países, debatendo diferentes abordagens de governança disponíveis para lidar com a questão da integridade da informação on-line, o nível de compromisso que as plataformas digitais devem assumir em relação ao assunto, o papel da inteligência artificial nessa discussão e quais espaços de debate o país ainda precisa ocupar de forma mais veemente para fazer parte das construções de políticas digitais mais inclusivas e justas.

No evento marcado dessa quarta-feira (1°/5), representantes de vários setores da sociedade assistiram a uma conferência de Maria Ressa, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, sobre a importância da integridade da informação para promover liberdades fundamentais, além de debater o papel do tema no enfrentamento às mudanças climáticas, iniciativas de educação midiática, o combate aos discursos de ódio, segurança de crianças e adolescentes na internet, formas de proteção de eleições e instituições públicas da instabilidade política do extremismo online e a sustentabilidade dos produtores de conteúdo de interesse público.

Enfrentar desinformação, discursos de ódio, garantir conectividade significativa, e que as pessoas consigam navegar na internet de forma segura e crítica são desafios que precisam de ações de todos nós, por isso a importância de espaços de debate que de fato integrem diferentes atores que estão debruçados em buscar saídas — antes que as coisas saiam do controle de vez.

Integridade da informação pode ser um nome novo para problemas antigos, mas esta é a hora de adicionarmos o termo ao nosso glossário e acompanharmos de perto discussões que vão impactar diretamente o ambiente digital pelos próximos anos. A boa onda promete.

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