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Embate de Gigantes: Musk, Moraes e o futuro do nosso passado

O que aconteceria se as redes sociais que conhecemos simplesmente desaparecessem? Onde estaríamos armazenando nossas memórias?

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O ministro do STF Alexandre de Moraes bloqueou a rede X, de Elon Musk, o que aumentou discussão sobre regulação das redes.
1 de 1 O ministro do STF Alexandre de Moraes bloqueou a rede X, de Elon Musk, o que aumentou discussão sobre regulação das redes. - Foto: Arte/Metrópoles

O embate recente entre Elon Musk e Alexandre de Moraes levanta questões profundas sobre soberania digital e o papel das plataformas de redes sociais, as chamadas Big Techs, na sociedade contemporânea. O que aconteceria se as redes sociais que conhecemos simplesmente desaparecessem? Onde estaríamos armazenando nossas memórias, nossas conexões e nosso conhecimento acumulado ao longo dos anos?

As redes sociais não são apenas plataformas para compartilhar memes e informações. Elas se tornaram arquivos digitais de nossas vidas, armazenando nossas memórias individuais, familiares e comunitárias. A conveniência de criar álbuns de fotos, vídeos e textos reflexivos nos faz confiar cada vez mais nessas plataformas para preservar nossas experiências emocionais e intelectuais.

No entanto, essa dependência também nos expõe a riscos significativos. A ameaça de Elon Musk de encerrar as operações do X no Brasil é um lembrete alarmante de como nossas memórias digitais podem estar vulneráveis a decisões empresariais e disputas políticas. Se uma plataforma digital for descontinuada, corremos o risco de perder não apenas nossas lembranças, mas também nosso acesso à informação e ao conhecimento acumulado.

Essa reflexão é um caminho para pensarmos na importância de uma soberania digital, que na verdade nada mais é do que nossa capacidade enquanto país de governar, proteger, desenvolver e assegurar dados e infraestruturas digitais. É, também, um convite para refletirmos sobre o espaço que as redes sociais ocupam em nosso imaginário coletivo e em nossa produção intelectual e de memória. Se deixamos tudo que acontece conosco, cada registro, nesses espaços,  o que aconteceria se, de repente, uma operação fosse descontinuada e perdêssemos tudo?

Parece um cenário apocalíptico, mas, no fundo, são negócios. E quando envolve dinheiro e poder, tudo pode acontecer. Está bastante acalorada, por exemplo, a discussão sobre as recentes declarações e ameaças do bilionário Elon Musk frente às decisões judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. E, como era de se esperar, a desinformação está rolando solta, com uma série de conteúdos enganosos circulando com o intuito de defender os argumentos usados por Musk, inflamando até mesmo a possibilidade de uma possível retirada do X do país.  

A agência de checagem Aos Fatos foi atrás de dados para entender se, de fato, o Brasil é o país com “a pior censura do mundo onde o X opera”, como Musk bradou no dia 11 de abril, em seu perfil na rede social. E, não, não é. De acordo com a reportagem, dos 10 países que mais solicitaram remoções de conteúdo no X, nenhum deles é o Brasil. “Quarto maior mercado do X, o Brasil ocupa, num ranking de 96 países, a 11ª posição no ranking de pedidos de remoção”, apurou a jornalista Ethel Rudnitzki. 

A Agência Lupa fez uma análise do ambiente tomado por desinformação e discurso de ódio que paira sobre o X desde a aquisição da rede social por Musk, há um ano e meio. Em nome de uma suposta defesa da “liberdade de expressão”, o empresário é acusado de ter tomado medidas que abriram mais brechas para a desinformação e os discursos de ódio. Entre as ações, Musk demitiu a equipe focada no combate à desinformação eleitoral e bloqueou contas de jornalistas que criticavam sua gestão. A publicação destaca, ainda, que a União Europeia chegou a adverti-lo após um relatório apontar o X como a plataforma com mais desinformações no primeiro semestre de 2023

As Big Techs, com sua vasta influência e alcance global, têm um papel crucial na moldagem do discurso público e na disseminação de informações. No entanto, essa influência também vem com uma responsabilidade considerável, especialmente quando se trata de questões de segurança nacional, desinformação e incitação à violência.

Diante desse cenário complexo, surge a pergunta: a quem cabe decidir o poder das plataformas digitais? As respostas não são simples e envolvem uma delicada balança entre liberdade de expressão, responsabilidade corporativa, regulação governamental e soberania nacional.

É imperativo que os governos e as autoridades reguladoras em todo o mundo ajam com cautela e determinação para encontrar um equilíbrio que proteja tanto os direitos individuais quanto os interesses coletivos da sociedade. A transparência, o diálogo aberto e a cooperação entre os setores público e privado serão essenciais para enfrentar os desafios apresentados pelas Big Techs e garantir um ambiente digital seguro, justo e democrático para todos. 

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