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Divertida Mente: como as emoções afetam a interpretação de emojis 🤔

Em tempos de redes sociais, um pêssego pode virar um bumbum e unhas pintadas sinônimo de uma pessoa orgulhosa

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Lista de emojis
1 de 1 Lista de emojis - Foto: Metrópoles

O que, a seu ver, significa duas mãos coladas, palma a palma, como o símbolo 🙏? Para algumas pessoas, é sinônimo de “high five”, o famoso “toca aqui”. A Microsoft classificou o ícone como “rezar” ou “orar”, enquanto para jovens da geração Z, o ícone pode significar “gratidão” ou o reforço para que alguém atenda um pedido seu.

Conhecidos como emojis, os ícones ilustrados que encontramos em nossos teclados foram criados no Japão na década de 1990 para tornar mais humano o tom das conversas frias virtuais.

No decorrer dos anos, os teclados foram ganhando novos símbolos, que hoje nos ajudam a representar de forma simplificada uma ideia, palavra ou até mesmo uma frase completa. Mas, até que ponto, eles realmente facilitam e tornam mais amigáveis as nossas conversas virtuais?

Nas últimas semanas, o burburinho em torno do lançamento do filme Divertida Mente 2 trouxe para as redes sociais uma série de publicações em torno dos efeitos de nossas emoções em nossas atitudes do dia a dia.

Na sequência em cartaz nos cinemas, o que entendemos ali como nossas emoções basilares, que nos acompanham desde a infância – Alegria, Raiva, Medo, Tristeza e Nojo – ganham novas companhias na central de controle da mente de uma adolescente.

Com  a chegada da Ansiedade, do Tédio, da Inveja, da Vergonha, e uma breve aparição da Nostalgia, as coisas ficam bem confusas e, resumidamente, as emoções se perdem na tentativa de passar por cima umas das outras para controlar a situação.

Não parece muito distante da forma como tentamos lidar com as coisas aqui fora. Nas publicações e memes que circulam pelas redes sobre o filme, tem sido interessante observar como as pessoas têm enxergado cada emoção de forma distinta, evidenciando como as bagagens individuais formam uma compreensão bem particular acerca do significado de determinadas situações, de acordo com experiências muito singulares.

Com os emojis não tem sido diferente. Em março, a revista Trip publicou o resultado de uma caixinha de perguntas que buscou saber quais eram os significados de alguns emojis.

As respostas, super diversas, deixaram evidente que talvez aquele símbolo que você decida escolher para representar uma emoção ou intenção, pode ter uma interpretação completamente diferente da adotada pela pessoa que o lê, justamente por se tratar de outro indivíduo, dotado de bagagens únicas, com leituras de mundo e de emoções muito variadas. E o que era para ser um facilitador, acaba sendo motivo para novos ruídos, em um mundo que já está bastante barulhento.

“Glúteo treinado”

A caixinha da Trip trouxe alguns resultados interessantes para ilustrar essa confusão de sentidos. Um pêssego 🍑, por exemplo, surgiu como simplesmente a fruta, mas também como “bunda”, “delícia”, “anal” e “glúteo treinado”.

Unhas pintadas 💅 viraram “frescura”, “orgulho”, “plena” e “minha opinião é melhor do que a sua”. O ícone de um ninja 🥷 apareceu como “mandou bem, ninja”, “pronto pra luta” e até como um símbolo de “agressividade”.

A famosa carinha 🫠, passou de “rindo de nervoso” a “sem chance”, “situação embaraçosa”, “morrer por dentro”, chegando até a “babando de alegria”. Na publicação surgiram comentários como: “Eu NUNCA entendo emojis! Não me mandem, por favor!” e “Não sou letrada em emojis”.

Em conversas com amigos, um em especial confidenciou que não manda mais emojis para ninguém, justamente porque percebeu que a conversa estava saindo do controle, ganhando contornos perigosos.

Às vezes, alguém lia um simples sorriso como deboche ou falta de interesse, em outros casos um beijo com coração virava um flerte e os ruídos embaralhavam as emoções e, principalmente, as relações.

Há, ainda, para além das bagagens individuais de cada sujeito, contextos culturais distintos. O emoji de fezes sorridentes representa um ícone de boa sorte no Japão, enquanto do lado de cá do globo ganha outras conotações.

Até que ponto conseguimos, de fato, nos comunicar por meio de emojis? Não se trata apenas de uma aparente falta de boa vontade de quem está do outro lado da tela de entender o que você quis dizer ao tentar resumir sentimentos complexos ou demonstrar intenções reais em forma de símbolos com interpretações tão subjetivas.

Os emojis são tentadores, sabemos. São alternativas fáceis, a poucos cliques, que dão uma noção aparentemente simples e imediata a algo que, muitas vezes, nem sabemos exatamente como expressar. Na teoria, uma imagem vale mais que mil palavras. Mas precisamos garantir que a mensagem passada foi de fato a recebida para evitar, inadvertidamente, a criação de confusões 🤨🤪🤯🥴.

Diferenças geracionais

A geração Z, composta por jovens nascidos aproximadamente entre o fim da década de 1990 e início da década de 2010, enxerga com outros olhos essa infinidade de símbolos que se acumulam em nossos teclados. O emoji usado para risada, por exemplo, parece estar ultrapassado.

De acordo com vídeos que viralizaram recentemente por expor diferenças abismais de interpretação, os mais jovens têm usado uma caveira para representar que você “morreu de rir”.

A noção de “chocado” ou “surpresa”, saiu de uma simples carinha de boca aberta para dois olhos atentos acompanhados de uma boca. O famoso “joinha”, que de uma maneira geral antes era lido como um sinal de “beleza”, “estou de acordo”, tem sido interpretado como deboche e é algo rude, que deve ser evitado ao máximo.

Essa diferença geracional, de como cada faixa etária enxerga determinado símbolo, é só um dos muitos desafios que habitam uma conversa em um ambiente virtual. Há, ainda, para além das bagagens individuais de cada sujeito, contextos culturais distintos, como até mesmo um simples emoji de fezes sorridentes 💩 representando um ícone de boa sorte no Japão, enquanto do lado de cá do globo ganha outras conotações.

Até que ponto conseguimos, de fato, nos comunicar por meio de emojis? Não se trata apenas de uma aparente falta de boa vontade de quem está do outro lado da tela de entender o que você quis dizer ao tentar resumir sentimentos complexos ou demonstrar intenções reais em forma de símbolos com interpretações tão subjetivas.

Os emojis são tentadores, sabemos. São alternativas fáceis, a poucos cliques, que dão uma noção aparentemente simples e imediata a algo que, muitas vezes, nem sabemos exatamente como expressar.

Para tornar nosso comportamento on-line mais pacífico e menos ruidoso, sugerimos que, na dúvida, prefira escrever, mandar áudio, ou expressar da forma mais direta possível o que você deseja falar, especialmente em conversas difíceis, que naturalmente já são ambientes mais férteis para desentendimentos.

Em mensagens de texto, sem o tom devido ao que desejamos dizer, damos margem a muitas interpretações, e o que não falta por aí são relatos de pessoas contando como conversas amenas escalaram para brigas horrorosas simplesmente pela ausência do tom, por uma leitura equivocada das mensagens trocadas. Imagine, então, o ruído de um simples emoji.

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