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Como treinar seu algoritmo?

Memes, fake news, notícias, fofocas, gatinhos: o que as abas Explorar e #Paravocê dizem sobre como você engaja com os conteúdos das redes

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1 de 1 Imagem ilustrativa de pessoa segurando telefone com aplicativos - Metrópoles - Foto: Matt Cardy/Getty Imagse

Vamos fazer um teste. Abra a aba “Explorar” do seu Instagram, onde tem o símbolo de uma lupa, ou a área “#ParaVocê”, do TikTok. O que aparece? Peça a uma pessoa próxima que faça o mesmo teste e compare os resultados.

Mesmo que vocês tenham gostos parecidos, é impossível que as sugestões sejam idênticas. Os vídeos e fotos que estão elencados nessas áreas são os conteúdos que as plataformas recomendam para os usuários individualmente, a partir dos dados capturados a cada ação nas redes sociais, por isso, em tese, é impossível que as recomendações sejam 100% iguais, mesmo entre pessoas com muitas afinidades.

As recomendações estão diretamente ligadas às nossas pegadas digitais: o que vemos, onde clicamos, e também com o nosso engajamento, palavra que significa a forma como interagimos com as fotos, vídeos e textos que consumimos nas redes sociais.

Engajar tem a ver com a nossa ação: é aquela curtida, o chamado “like”, a decisão de salvar o post para ter acesso fácil a ele novamente depois, o ato de compartilhar a publicação nos seus stories, status ou na sua própria página, o comentário que é feito para endossar ou questionar determinada ideia, e toda e qualquer ação que indique que houve uma interação com determinada publicação.

Tudo isso vai resultar nas escolhas dos conteúdos que aparecerão para você, publicações que, teoricamente, são exatamente o que você gostaria de ver ou o que a plataforma considera relevante. Será que, de fato, o que chega até nós como recomendação de conteúdo é o que gostaríamos de ver?

A forma como interagimos com as publicações treinam os algoritmos, que são o conjunto de instruções que determinam a sequência de operações a serem realizadas por um sistema. Essas ações mostram o nível de interesse que temos em determinados assuntos.

Sendo assim, os sistemas que atuam diretamente com a recomendação dos vídeos, fotos e textos que iremos ver em nossas linhas do tempo e em nossos perfis são treinados a partir da forma como nos relacionamos com os conteúdos que vemos em cada uma dessas redes. É possível, então, treinar os algoritmos e mudar os conteúdos que nos são apresentados como recomendação? Sim, é.

Se você quer que o seu feed, sua linha do tempo, e as recomendações que surgem para você te proporcionem um ambiente digital mais leve, saudável, e menos tóxico, que priorize, por exemplo, dicas de maternidade no lugar de fake news, ou memes e notícias sobre o seu time, em vez de fofocas sem fundamento, é importante que você deixe claro quais são os conteúdos de seu interesse.

Aqui vão algumas dicas:

– Seja seletivo com quem você segue, avalie regularmente os perfis que você acompanha e considere deixar de seguir aqueles que não contribuem para uma experiência positiva nas redes ou que te provoquem sentimentos negativos como raiva, insegurança ou inveja.

– Diversifique suas fontes de informação, busque seguir uma variedade de fontes confiáveis e diversas para garantir uma visão mais ampla e equilibrada dos acontecimentos.

– Salve os conteúdos de seu interesse, mesmo que você não vá voltar a vê-los novamente. Se possível, crie pastas e organize por tema. Essa ação já indica que você tem um interesse genuíno em acompanhar determinado assunto;

– Evite curtir, comentar, compartilhar ou salvar conteúdos tóxicos ou publicações que não tenham relação com seus interesses;

– Interaja com páginas de interesse. Se determinada página ou perfil publicar muitos conteúdos que te interessam, procure interagir o máximo possível. Responda aos stories, salve publicações, comente e compartilhe em sua página ou perfil;

– Assista aos vídeos de forma estratégica. O tempo que você passa assistindo a um vídeo e até a quantidade de vezes que você assiste à publicação novamente dão indícios de que esse assunto é de seu interesse. Se for do seu agrado, repita essa ação sempre que possível. Se não for, ignore o conteúdo o quanto antes e não volte a vê-lo;

– Evite amplificar conteúdo indesejado. Se você discorda de uma opinião ou não gosta de uma figura pública, evite interagir com qualquer coisa relacionada a ela. Comentários e compartilhamentos podem sinalizar aos algoritmos que o conteúdo é relevante para você, aumentando sua visibilidade para mais pessoas.

– Limite o tempo de tela, estabeleça limites para o tempo que você passa em redes sociais para evitar uma exposição excessiva a conteúdos potencialmente prejudiciais.

Treinar seu algoritmo para fornecer conteúdo mais saudável e relevante é uma responsabilidade compartilhada entre você e as plataformas de mídia social. Ao adotar práticas conscientes de engajamento e consumo de conteúdo, você pode influenciar positivamente as recomendações que recebe e promover um ambiente digital mais seguro e gratificante para você e para os outros.

Cada interação que você tem nas redes sociais contribui para moldar sua experiência online e, consequentemente, a experiência de outros usuários. Assim, ao fazer escolhas informadas e conscientes, você pode ajudar a construir uma comunidade online menos tóxica.

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