Varizes na gestação: angiologista explica as causas e como prevenir
Além de aparecerem na região das pernas e coxas, possuem coloração arroxeada ou esverdeada, causando dor e sensação de cansaço
atualizado
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Há pesquisas indicando que, além de muita felicidade, uma gravidez traz diversos benefícios para a saúde da mãe. Os hormônios extras intensificam a sensação de bem-estar, o aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica eleva a sensibilidade durante a relação sexual, as cólicas menstruais podem ficar mais fracas, e o risco de câncer de mama e de ovários diminui.
No entanto, a possibilidade de desenvolver marcas que podem se estender para além do parto também é alta. As varizes são um problema bem comum que surge ou piora durante a fase de gestação. Elas aparecerem na região das pernas e coxas, possuem coloração arroxeada ou esverdeada, e causam dor e sensação de cansaço.
De acordo com o Dr. Marcelo Monteiro, cirurgião vascular da Clínica Inovas, existem dois tipos de casos. “Pacientes que já tinham varizes antes da gestação podem apresentar piora em relação à quantidade de veias doentes, ao aumento do seu calibre e também dos sintomas associados. Isso ocorre por conta dos hormônios da gravidez, que têm a função inicial de reter líquidos para criar um ambiente ideal ao crescimento e desenvolvimento do bebê”, explica.
Ainda de acordo com o médico, ocorre uma compressão natural das veias da pelve, causada pelo crescimento do feto, o que dificulta ainda mais o retorno venoso, principalmente no último trimestre. “A segunda situação são aquelas pacientes que já possuem uma tendência genética ao desenvolvimento de varizes. Nesse caso, a gestação funciona como um dos principais fatores de risco para o início desse processo”, esclarece Monteiro.
Em alguns casos, as varizes podem desaparecer ou regredir após o nascimento do bebê. Geralmente mulheres jovens, magras e que praticam atividade física têm chances de melhora. “Nos casos avançados ou em gestações subsequentes pode haver um alívio dos sintomas relacionados às varizes após o parto, mas não há regressão das veias já doentes. Algumas ficam mais desenvolvidas, contudo não são doentes e podem se tornar discretas com o final da gestação, já que a quantidade de líquido corporal diminui e a compressão dos vasos pélvicos deixa de existir”, conta.Mas há medidas que podem ser adotadas para evitar o surgimento das varizes durante a gestação. “Para aquelas pacientes que já praticavam atividades físicas regulares antes de engravidar, é importante, com o aval de um obstetra, mantê-las durante a gestação, principalmente as que exigem da musculatura das pernas. O uso frequente de meias elásticas ajuda a tornar a circulação venosa mais eficaz e também é uma importante medida no controle do edema e dos sintomas relacionados. Apesar de todos esses cuidados, algumas gestantes inevitavelmente irão desenvolver varizes, porém, em extensão menor”, explica o médico.
Para esses casos, já existem tratamentos muito eficazes, que excluem a necessidade de cirurgia. O ideal é iniciá-los após o término da gestação, tanto para a segurança do bebê quanto para a eficácia do processo. “Como o organismo materno retém líquido, este volume fica armazenado no sistema venoso e isso pode induzir a um tratamento desnecessário de veias que estejam transitoriamente sobrecarregadas. O ideal é que se aguarde entre 2 e 3 meses após o parto, período onde a mulher elimina esse excesso de volume retido,” esclarece o médico.
Busque sempre acompanhamento com especialistas. Além do angiologista, o ginecologista.