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Será que a dor que você sente no quadril vem mesmo do quadril?

Especialista em ortopedia e traumatologia, o médico Inácio Ventura elucida essa questão

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Na foto, uma mulher com expressão de dor com a mão nas costas - Metrópoles
1 de 1 Na foto, uma mulher com expressão de dor com a mão nas costas - Metrópoles - Foto: Adene Sanchez/ Getty Images

É comum achar que um incômodo sentido no quadril é resultado de algum movimento ou fratura naquela região. No entanto, esse problema pode ter relações com outras áreas do corpo. Para entender melhor e saber qual especialista procurar – ortopedista, fisioterapeuta ou até ginecologista – convidei o especialista em ortopedia e traumatologia Inácio Ventura, expert em quadril e joelho, que elucida, em detalhes, as dúvidas sobre o assunto.

Habitualmente, os pacientes utilizam o termo quadril para designar qualquer área entre a coluna lombar baixa e a localização inguinal (virilha), passando pela região lateral da coxa.

É importante identificar se essa dor realmente vem ou não do quadril, uma vez que é possível acontecer algo chamado como dor referida no corpo, quando sentimos algo em uma região, mas ela é gerada por outra.

O problema, muitas vezes, nem é ortopédico. Isso porque a região da pelve, onde ficam os quadris, compreende uma série de outros sistemas. Ela existe para proteger os nossos órgãos nobres internos, como o sistema ginecológico, urológico e gastrointestinal. Ou seja, qualquer um desses órgãos podem “simular” uma dor no quadril.

Como identificar, então, que a dor tem origem ortopédica? Geralmente, há uma característica mecânica. Além disso, ocorre uma piorar ou alívio, pelo fato de ter relação com movimentos, posições ou esforços específicos.

Se você tem uma dor que piora muito em uma determinada posição – quando você cruza a perna, agacha, desce um degrau ou entra e sai do carro, por exemplo -, provavelmente está com uma dor mecânica. “Ela também se revela diante de determinados esforços ou quando se contrai o músculo da coxa, ou ao fazer esforço para dar um passo”, esclarece Ventura.

Existem outras dores, as não ortopédicas, que acontecem mesmo quando se está em repouso, se assemelhando a uma cólica. Quando estão relacionadas ao sistema gastrointestinal, ao sistema ginecológico (útero, ovários, trompas) ou ao sistema urológico (próstata), é recorrente que venham acompanhadas de sintomas próprios desses órgãos. Um exemplo? Sentir a barriga incomodar no período menstrual, ou perceber ardência ao urinar ou, ainda, ter febre e diarreia.

“Esses são apenas alguns indícios de que o problema não é ortopédico. A princípio, procure um clínico geral. Ele irá indicar o especialista mais adequado, como ginecologista, urologista ou um gastroenterologista”, recomenda o médico.

Depois de fazer essa triagem, e se você não sente nada disso, é preciso, ainda, se submeter a mais uma avaliação. Isso porque a dor no quadril também pode ser reflexo de problemas na coluna lombar, como hérnia de disco, ou da compressão de uma raiz nervosa.

Um conselho para diferenciar a origem do incômodo: perceba se ele vem da parte baixa das costas e irradia para a região glútea, chegando até a lateral da perna. Às vezes, até a panturrilha e o pé podem sentir os efeitos de uma lesão na lombar.

Outro detalhe: sente dormência, formigamento ou diminuição da sensibilidade? Ou, então, que está perdendo a força da perna? Essa dor pode até ser ortopédica, mas com comprometimento neurológico. Entretanto, raramente vem do quadril, e sim da coluna lombar.

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Por último, há mais uma etapa para entender essa diferenciação. Dói o quadril? Mas, qual parte dele? Músculos, tendões, bursa, nervos, articulação?

Se você consegue sentir quando aperta um local específico, saiba que é muito frequente, sobretudo em mulheres acima de 40 anos, essa dor na região glútea. “Elas vêm das estruturas moles ao redor do quadril, como músculos, tendões, ligamentos e nervos. Pode ser uma bursite cantoterica, tendinite do glúteo médio, glúteo mínimo, glúteo máximo, de uma compressão dos nervos na região glútea, de uma tendinopatia ou síndrome do piriforme”, diz o profissional.

O lado bom é que, nesse tipo de diagnóstico, o potencial agressivo é menor. São doenças com pouca gravidade e que, raramente, pioram com o passar do tempo. Com ajuda do fisioterapeuta ou educador físico, são altas as chances de melhora. “Caso não tenha sucesso em alguns dias, aí sim você deve procurar o seu médico ortopedista”, orienta.

Se os seus sintomas não se enquadram em nenhum desses que foram ditos, trata-se, finalmente, de uma dor genuína do quadril. As causas são diversas, como artrose, artrite, lesão do labrum ou da cartilagem, osteonecrose… “Ela tende a ser uma dor mais na região anterior do quadril, indo um pouco para a virilha e para o pé da barriga, o púbis”, emenda o médico.

Ele faz o alerta: “Os problemas de dentro do quadril são doenças e lesões que tendem a piorar, então, quanto antes você tiver o diagnóstico correto e souber o que fazer, com intervenções mais precoces, maior a chance de sucesso.”

Não perca tempo se sentir dor na região da frente do quadril, indo para a virilha, especialmente. Ainda tem dúvidas? O médico Inácio Ventura está disponível para consultas e atendimentos no telefone (61) 9 9630-0600.

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