Por que emagrecer no início é fácil e depois fica mais difícil?
A ciência ajuda a explicar o fenômeno e, também, como contorná-lo
atualizado
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O que mais vejo são pessoas desistindo de manter os exercícios e a dieta. Por isso, insisto em dizer que não é o volume de atividades, no estilo “quanto mais melhor”, ou a restrição alimentar que irão te fazer emagrecer.
Essas duas vertentes precisam estar bem estruturadas para o processo dar certo.
O organismo não vê o emagrecimento como algo desejável, por isso, ao longo do tempo, é natural que o processo seja dificultado por adaptações fisiológicas. A diminuição do metabolismo basal, também conhecida como termogênese adaptativa, é a principal delas.
A redução dos níveis de T3, leptina e a baixa atividade do sistema simpático fazem com que o emagrecimento torne-se cada vez mais lento. Assim, o cenário de recuperação do peso perdido fica cada vez mais propício. Nõa à toa, na primeira tentativa de emagrecer tudo flui mais fácil do que na décima.
Apesar da termogênese adaptativa ser um fato, também é verdade que muitos superestimam esse fenômeno. É preciso estar em restrição calórica há muito tempo (em média seis meses, de acordo com a literatura) para observar tal resistência. Como pessoas que conseguem encarar tamanha rigidez por tanto tempo são exceções, o que mais vemos são dietas interrompidas.
Do ponto de vista fisiológico, emagrecimento é o que acontece quando o aporte de alimentos é inferior à necessidade do organismo. Sob o olhar comportamental, sempre que uma pessoa deseja perder peso de forma voluntária, ela simula esse “estado não alimentado” através de uma intervenção, a dieta.
Portanto, é preciso ter paciência! Não vai acontecer rápido. Por isso, é importante adotar um plano alimentar possível de ser seguido por muito tempo e exercícios de qualidade, sem excessos.