O que mais vejo são pessoas desistindo de manter os exercícios e a dieta. Por isso, insisto em dizer que não é o volume de atividades – “quanto mais, melhor” – e a restrição alimentar que irão te fazer emagrecer.

Essas duas vertentes precisam estar bem estruturadas para terem eficácia.

O organismo não vê o emagrecimento como algo desejável. Por isso, ao longo do tempo, é natural que o processo seja dificultado por adaptações fisiológicas. A principal delas é a diminuição do metabolismo basal, também conhecida como termogênese adaptativa.

A redução dos níveis de T3 e leptina e a baixa atividade do sistema simpático fazem com que o emagrecimento torne-se cada vez mais lento. Dessa forma, o cenário fica propício para recuperação do peso perdido.

Por isso, na primeira tentativa de emagrecer, tudo flui mais fácil do que na décima.

Apesar da termogênese adaptativa ser um fato, também é verdade que muitos superestimam esse fenômeno. É preciso estar em restrição calórica há muito tempo (em média, seis meses, de acordo com a literatura) para observar tal resistência. Como pessoas que conseguem gerar tamanha restrição por tanto tempo são exceções, o que mais vemos são dietas interrompidas.

Do ponto de vista fisiológico, emagrecimento é o que acontece quando o aporte de alimentos é inferior à necessidade do organismo, gerando um estado não alimentado.

No que se refere a um nível comportamental, sempre que uma pessoa deseja gerar emagrecimento de forma voluntária, ela simula esse “estado não alimentado” mediante uma intervenção, ou seja, dieta.

Portanto, é preciso ter paciência! Não vai acontecer rápido. Por isso, é importante adotar um plano alimentar possível de ser seguido por muito tempo e realizar exercícios de qualidade, sem excessos.