Disfunção na tireoide pode contribuir para o ganho de peso
Quem nos explica sobre o tema é a endocrinologista Juliana Garcia Dias
atualizado
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Localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como pomo de Adão (ou popularmente, gogó), a tireoide, ou tiroide, é uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto).
Ela interfere na função de órgãos importantes, como o coração, cérebro, fígado e rins. Está relacionada, também, ao crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, à regulação de ciclos menstruais, à fertilidade, ao peso, à memória, à concentração, ao humor e ao controle emocional.
É fundamental estar em perfeito estado de exercício para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo. As disfunções podem ser causadas por maior funcionamento da glândula, produzindo mais hormônio, condição que caracteriza o hipertireoidismo. Ou uma atividade menor, o hipotireoidismo.A seguir, a endocrinologista Juliana Garcia Dias responde a algumas perguntas sobre disfunções na tireoide e possíveis tratamentos:
» 1. Disfunção na tireoide faz engordar?
Se uma pessoa com hipotireoidismo — tendendo a ter o metabolismo mais lento — for ativa e comer de forma correta e regrada, ela não irá ganhar peso. No entanto, se o indivíduo for sedentário e consumir alimentos calóricos ricos em açúcares ou gordura saturada, o hipotireoidismo irá se juntar a esses fatores e desempenhar um papel no aumento de peso, com tendência de acúmulo na região abdominal.
» 2. Quais são os sintomas?
Hipotireoidismo pode gerar cansaço, prisão de ventre, alteração da menstruação, queda de cabelo, unhas fracas, ressecamento da pele, infertilidade, esquecimento, retenção de líquido, depressão.
» 3. Como identificar o problema?
Havendo sintomas, é solicitado, no exame de sangue, a dosagem dos hormônios, que fazem a glândula funcionar e os hormônios serem produzidos.
» 4. Como tratar a disfunção?
Com o uso diário de levotiroxina, o hormônio sintético que está em falta no organismo. Os comprimidos são em microgramas — variando de 25 a 200 –, e não em miligramas, como a maioria dos medicamentos. Por isso, o remédio não deve ser manipulado, pois há chance de erro de dosagem e biodisponibilidade. Também não é preconizado o uso do hormônio T3, exceto em casos muito específicos, resistentes à melhora clínica com otimização hormonal. O uso de lugol ( iodo) também não é indicado.
» 5. Os exames devem ser periódicos?
Sim, o acompanhamento deve ser feito por um endocrinologista, com dosagens hormonais e exame clínico regular. Pode haver variação da necessidade hormonal de tempos em tempos.
“É importante lembrar que o excesso de peso pode ser tratado em paralelo, estimulando bons hábitos de alimentação e atividade física. Não se indica o uso hormonal de hormônio da tireoide para emagrecimento”, alerta Juliana Garcia Dias.