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Quem é “fantasma” da Ndrangheta que passou comando da máfia para filha

A rede de tráfico internacional de drogas, ligada à rota Brasil-Itália, envolvia bilhões de euros e afetava países de diversos continentes

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Nicola Assisi (foto em destaque), apelidado de “fantasma de Calábria”, ganhou notoriedade internacional como um dos maiores traficantes de cocaína do mundo. O mafioso italiano, envolvido com a ‘Ndrangheta – a máfia calabresa – fugiu de sua terra natal, onde era procurado por tráfico e associação criminosa, para se esconder no Brasil. Sua rede de tráfico internacional de drogas, ligada à rota Brasil-Itália, envolvia bilhões de euros e afetava países de diversos continentes.

Ao ser preso no Brasil em 2019, o comando da máfia foi transferido para duas mulheres: sua esposa, Rosalia Falletta, de 56 anos, e sua filha, Rita Siria Assisi, de 26. As duas, agora investigadas na Operação Samba pelos investigadores italianos, foram capturadas em Milão em dezembro de 2024, quando saíram do Brasil.

A atuação delas no comando das atividades criminosas, enquanto Nicola estava encarcerado, foi descoberta por meio de investigações que revelaram sua participação ativa na gestão dos negócios ilícitos da família.

Após a prisão de Nicola e de seu filho Patrick, que também estava envolvido no tráfico de drogas, Rosalia e Rita Siria se tornaram protagonistas da operação criminosa. Documentos da justiça italiana mencionam Rosalia Falletta como uma das responsáveis pela administração da contabilidade dos lucros obtidos com o tráfico de cocaína, além de gerenciar a distribuição do dinheiro e as comunicações entre os membros da organização, incluindo a ocultação de montantes significativos de dinheiro. Ela também tinha controle sobre o patrimônio ilícito da família e financiava atividades como transferências aéreas e transporte de drogas.

‘Ndrangheta
O nome de Nicola Assisi está associado a uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo: a ‘Ndrangheta. Natural de Calábria, no sul da Itália, Assisi fez parte de um grupo que controla 40% do tráfico mundial de cocaína.

Considerado um dos maiores importadores de drogas para a Europa, ele foi condenado a 14 anos de prisão na Itália, mas fugiu antes de cumprir sua sentença. Desde 2014, Nicola Assisi adotou uma série de identidades falsas e viajou por Portugal, Argentina e Brasil, onde se estabeleceu com seu filho.

Foi no Brasil que o mafioso encontrou seu refúgio e, com o apoio de sua família, estabeleceu um dos maiores esquemas de tráfico de cocaína entre os dois continentes. Através de um porto no Paraná, a ‘Ndrangheta conseguiu enviar grandes quantidades da droga para a Europa.

No entanto, a fuga de Nicola Assisi e seu envolvimento com o tráfico não passaram despercebidos. Em 2019, ele e seu filho Patrick foram capturados pela Polícia Federal no litoral paulista, durante a Operação Barão Invisível. Junto com eles, a polícia encontrou cocaína, pistolas, dinheiro em espécie e um plano de fuga.

 

 

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