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Policial disfarçava propina por regalias na Papuda com venda de facas

Segundo os investigadores, o comércio fazia parte do modus operandi utilizado pelo policial para dissimular o recebimento de propinas

atualizado

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Alvo de investigação da Polícia Federal, o policial penal Rafael da Conceição Barretto (foto em destaque) fabricava e vendia facas artesanais a preços exorbitantes para presos do Complexo Penitenciário da Papuda e seus familiares. Os objetos eram entregues a pessoas ligadas aos internos que estavam em liberdade.

Entre os compradores identificados, está o filho de um detento que comprou cinco facas por R$ 5 mil, em dinheiro, por meio de um intermediário. A compra foi motivada por uma abordagem de Barretto ao pai do comprador, preso na unidade. Segundo os investigadores, o comércio fazia parte do modus operandi utilizado pelo policial para dissimular o recebimento de valores indevidos, uma vez que ele cobrava propina para conceder benefícios aos internos.

Em depoimento, o homem afirmou que a importância foi paga em espécie. Acrescentou que a compra das facas foi motivada por abordagem realizada a seu pai por parte de Barreto, tendo em vista que este divulgava que possuía uma cutelaria, contudo não tinha muito sucesso com a venda de facas para os detentos. Destacou que o policial penal ofereceu o fornecimento dos objetos ao seu pai e, na circunstância, “teria se colocado à disposição para o caso de ele precisar de algum auxílio”.

O policial penal facilitava privilégios ilegais, como concessão de suprimentos, redução de punições disciplinares e acesso de presos a celulares. Em troca, recebia dinheiro.

Rafael, que atuava na polícia penal desde 2010 e recebia salário de pouco mais de R$ 13 mil, também é acusado de comércio ilegal de armas e munições, além de colaborar com facções criminosas. Segundo a Polícia Federal, ele permitia a entrada de “cobals” (cestas com alimentos e itens de higiene) e utilizava o próprio celular para presos realizarem videochamadas e enviarem mensagens.

As ações de Rafael eram facilitadas por uma advogada, também presa na operação, que teria atuado como intermediária nos crimes. Outros envolvidos no esquema incluem criminosos com antecedentes por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público apresentou denúncia detalhada contra o servidor e outros 14 acusados. Entre os crimes atribuídos ao policial penal, estão corrupção passiva majorada, prevaricação e comércio ilegal de artefatos bélicos.

Além disso, o MP solicitou a perda do cargo público de Barretto, que foi preso pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF) em 2024.

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