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Overclean: o mecanismo criado por quadrilha para movimentar R$ 1,4 bi

A investigação já aponta desdobramentos que podem atingir políticos influentes em Brasília

atualizado

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A coluna teve acesso a detalhes da complexa investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) que revelou esquema bilionário de corrupção, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. Sob apuração desde 2023, no âmbito da Operação Overclean, a organização criminosa operava com precisão cirúrgica, utilizando emendas parlamentares e convênios para canalizar verbas públicas em benefício próprio.

As fraudes, desvendadas durante a Operação Overclean, envolvem contratos firmados principalmente com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) da Bahia, que concentraram R$ 825 milhões dos desvios apenas em 2024. A investigação já aponta desdobramentos que podem atingir políticos influentes em Brasília.

O mecanismo operado pela quadrilha era dividido em três núcleos especializados. O grupo principal, liderado por Alex Rezende Parente, coordenava as fraudes e orquestrava os pagamentos ilícitos.

Veja como funcionava a fraude:

Segundo as investigações, Alex Parente tinha o apoio de seu irmão Fábio Rezende Parente, executor financeiro que realizava transferências por meio de empresas fantasmas.

José Marcos de Moura, também conhecido como Rei do Lixo (foto em destaque), articulava politicamente para expandir a rede de influência e contratos, enquanto Lucas Maciel Lobão Vieira gerenciava obras e contratos, principalmente no Dnocs, por meio da empresa Allpha Pavimentações.


Propina
Os investigados operavam de maneira meticulosa para cooptar servidores públicos. O aliciamento ocorria por meio de promessas de benefícios financeiros e favores políticos.

Dessa forma, funcionários do governo passavam a manipular processos de licitação e a facilitar a celebração de contratos fraudulentos. Em troca, recebiam propina.

Os recursos desviados eram movimentados por meio de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, que incluía transferências para empresas fantasmas e o uso de intermediários. Essas empresas, muitas vezes criadas exclusivamente para esse fim, emitiam notas fiscais falsas para justificar os pagamentos.

A PF descobriu que a organização também inflacionava as planilhas de custos dos contratos e incluía itens desnecessários, resultando em superfaturamento significativo. As obras, por sua vez, apresentavam baixa qualidade, com serviços incompletos ou mal executados.

Para mascarar essas falhas e justificar os pagamentos, a quadrilha produzia relatórios fraudulentos, que utilizavam fotografias de outras obras como evidência.

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