Mulher e filha de “fantasma” da Ndrangheta são presas ao saírem do Brasil
Nicola Assisi, considerado um dos maiores traficantes de cocaína do mundo, está preso no Brasil desde julho de 2019
atualizado
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Em uma operação conjunta das autoridades brasileiras e italianas, Rosalia Falletta, de 56 anos, e sua filha, Rita Siria Assisi, de 26, foram presas em Milão, no norte da Itália. Ambas são mulher e filha, respectivamente, de Nicola Assisi (foto em destaque), chefe da máfia calabresa Ndrangheta, e foram capturadas enquanto deixavam o Brasil em dezembro. Nicola, que é considerado um dos maiores traficantes de cocaína do mundo, está preso no Brasil desde julho de 2019, após ser capturado em Praia Grande, no litoral paulista, durante a Operação Barão Invisível.
Segundo investigações, Rosalia e Rita tomaram à frente dos negócios criminosos da família após a prisão de Nicola e do outro filho do casal, Patrick Assisi. De acordo com jornais locais, os procuradores italianos Livia Locci e Francesco Pelosi indicam que as duas mulheres não só continuaram com as atividades ilícitas, mas também gerenciaram o tráfico de drogas e o patrimônio obtido com a máfia, mantendo contatos com outros integrantes da organização e administrando os lucros.
O Ministério Público italiano, por meio do Departamento de Segurança Pública, confirmou que as mulheres são investigadas na Operação Samba, que apura o tráfico de drogas na rota Brasil-Itália. A operação, que ocorreu em dezembro de 2024, resultou na prisão de 23 traficantes, sendo 18 no Brasil e cinco na Itália.
Rosalia, em particular, já havia sido citada em documentos judiciais italianos desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mencionou sua possível participação na organização criminosa, administrando a logística e a contabilidade do tráfico de cocaína para a Europa. Segundo as autoridades italianas, o tráfico de drogas operado pela Ndrangheta envolve uma rede complexa que conecta o Brasil ao norte da Itália, utilizando rotas de transporte como portos no Paraná.
Fantasma de Calábria
Além de sua atuação criminosa, o chefe da Ndrangheta, Nicola Assisi, ficou conhecido como o “Fantasma de Calábria” devido à sua habilidade em se esconder, adotando diversos nomes falsos enquanto fugia de perseguições. Condenado por tráfico de drogas e associação criminosa, Nicola foi um dos 100 fugitivos mais procurados da Itália e teria sido responsável por enviar grandes quantidades de cocaína para a Europa.
Junto com o filho Patrick, ele foi preso em 2019, quando a Polícia Federal brasileira os localizou em uma cobertura luxuosa em Praia Grande, onde mantinham armas, dinheiro e uma rota de fuga bem planejada.