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Corno do Camarão: bando usou peixaria para lavar dinheiro de corrupção

Entre janeiro de 2022 e abril de 2024, as investigações apontaram que a Corno do Camarão recebeu R$ 2,93 milhões em transferências

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A ousadia da organização criminosa investigada no âmbito da Operação Overclean impressionou os investigadores da Polícia Federal. O grupo suspeito de movimentar R$ 1,4 bilhão em verbas usou a inusitada Peixaria Corno do Camarão, na Bahia, como uma das bases para lavar dinheiro de contratos públicos fraudulentos.

Localizada a apenas 1 km da Superintendência da PF em Salvador, responsável pela apuração do esquema, a peixaria abre, diariamente, por volta das 4h da manhã e tem movimento intenso.

A coluna esteve no local e constatou uma grande circulação de funcionários uniformizados e vasta oferta de frutos do mar nobres, atendendo principalmente redes de hotéis e restaurantes da região.

Operada sob o nome empresarial Luiz Henrique Cruz Barreto LTDA, a peixaria, segundo as investigações, recebia transferências volumosas de empresas do grupo criminoso, como a FAP Participações, e devolvia o dinheiro em espécie, após descontar uma “taxa de serviço”.

Como Funcionava o Esquema:
– Transferências bancárias: empresas, como a FAP Participações, transferiam recursos para a peixaria. Essas transações eram justificadas como pagamento por serviços comerciais fictícios.

– Saque e entrega em espécie: após receber os valores, a peixaria realizava saques em espécie e entregava o dinheiro aos operadores da organização criminosa.

– Camuflagem de transações: ao utilizar uma peixaria como intermediária, o grupo criava uma fachada de legalidade, mascarando os recursos desviados como provenientes de atividades comerciais.

Movimentação de milhões
Entre janeiro de 2022 e abril de 2024, a Corno do Camarão recebeu R$ 2,93 milhões em transferências. No total, as peixarias utilizadas pelo grupo movimentaram R$ 6,78 milhões.

Investigações revelaram que o local também servia como ponto de encontro para operadores do esquema. Em um diálogo interceptado, um dos investigados, identificado como Clebson Cruz, solicita o endereço do comerciante Luiz Henrique Cruz Barreto. Em resposta, recebe a localização, onde ocorreu a entrega de valores.

Além disso, análises fiscais realizadas pela Receita Federal identificaram que a peixaria não emitiu notas fiscais compatíveis com o volume de dinheiro movimentado.

Os outros estabelecimentos utilizados pela quadrilha estavam localizados em mercados populares, como o Mercado de Itapuã e o Mercado do Peixe na Cidade Baixa.

Lampião
Luiz Henrique Cruz Barreto, também conhecido como Lampião, nome por trás da Corno do Camarão, é apontado como articulador das operações financeiras envolvendo a peixaria, sendo responsável por organizar entregas de dinheiro a operadores e servir como intermediário de confiança para os líderes do esquema, Alex e Fábio Parente.

A investigações tem apontam a existência de funcionários de fachada uma vez que muitos dos sócios registrados nas peixarias eram “laranjas”, incluindo beneficiários de programas sociais e trabalhadores de baixa renda sem vínculo real com o empreendimento.

 

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