8/1: pastor de Brasília foi monitorado pela Abin como possível ameaça
Embora o pastor não esteja entre os investigados ou acusados formalmente pela PF, ele foi monitorado pela Abin
atualizado
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Um relatório elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) após as eleições de 2022 inclui o nome do pastor evangélico Wilbert Golden Batista (foto em destaque), de 65 anos, em uma lista de “possíveis ameaças” relacionadas à contestação do resultado eleitoral. O documento, obtido pela coluna, foi produzido em meio às tensões que culminaram nos atos de vandalismo em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
Embora o pastor não esteja entre os investigados ou acusados formalmente pela Polícia Federal (PF), seu nome e imagem constam em relatórios de investigação da PF e em denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o relatório da Abin, Batista “tem grande número de seguidores nas redes sociais e usa sua influência para convocar atos de contestação ao resultado eleitoral. Participou da manifestação de 12 dezembro, que resultou em vandalismo na área central de Brasília. É servidor do judiciário aposentado e empresário. Foi candidato a deputado federal pelo DF”.
Relatório da Abin
O documento classifica 52 nomes, entre eles figuras conhecidas, como os blogueiros Oswaldo Eustáquio e Wellington Macedo, além de militantes presos em operações da Polícia Federal. A lista inclui indivíduos que:
- participaram de protestos contra o resultado eleitoral em frente ao Quartel-General do Exército (QGEx);
- adotaram discurso atentatório à posse presidencial em 1º de janeiro de 2023;
- engajaram-se em manifestações violentas, como a de 12 de dezembro de 2022.
Denúncias
A PGR também cita o pastor em denúncias relacionadas aos atos golpistas. Um exemplo é a menção a um vídeo de novembro de 2022, no qual o “Pastor Ibe Batista” defende a anulação do pleito e a convocação de novas eleições com voto impresso. O conteúdo teria sido compartilhado por oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal investigados nos atos de 8 de janeiro, em meio a teorias conspiratórias.
O outro lado
Confira a nota envaida pelo religioso.
“Venho esclarecer que sempre me pautei pela ordem democrática, pelo respeito às leis e pelas pessoas. Jamais, em qualquer circunstância, apoiei, incentivei ou participei de qualquer ato antidemocrático ou de vandalismo. Meu nome foi envolvido de forma indevida devido à falsa acusação promovida pelo ex-deputado Alexandre Frota. Imediatamente, registrei uma ocorrência policial na 10ª Delegacia de Polícia (10ª DP) pelos crimes de calúnia e difamação. O delegado responsável determinou, em despacho, o envio de cópias da ocorrência à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conhecimento e providências cabíveis. Como resultado, o autor da postagem retirou imediatamente o conteúdo.
Reitero que minha trajetória, como Wilbert Golden Batista, conhecido por Pr. Ibi Batista, sempre foi marcada pela participação em atos cívicos e democráticos, prezando pela liberdade de expressão e pelo diálogo respeitoso, que são pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito. Por fim, reafirmo meu compromisso com a democracia e com a verdade, e repudio veementemente qualquer tentativa de manchar minha reputação com acusações infundadas.”