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Vladimir Putin, amigão do Brasil do PT, é o espectro que ronda o G20

O Brasil faz o jogo de Putin e brilha no seu papel de anão no contexto mundial, apesar de nos arvorarmos a estatura de um gigante. Patético

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Presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz gesto enquanto fala em evento - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Rússia, Vladimir Putin, faz gesto enquanto fala em evento - Metrópoles - Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

O grande ausente da reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, será a sua figura mais presente, na forma de espectro que o ronda: Vladimir Putin.

Vergonhosamente, o Brasil do PT, amigão do ditador russo,  vem fazendo de tudo para que, na declaração final da reunião, não conste uma condenação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Ao lado de outros países não menos do que deliquentes, o Brasil quer que, caso haja condenação, Israel seja tratado como a Rússia e, assim, criticado na declaração final pela reação militar em Gaza ao ataque sofrido pelo Hamas.

O provável é que, mais uma vez, por causa dessa chantagem, opte-se pelo silêncio das afirmações vagas sobre a necessidade da paz no mundo, sem nomear os verdadeiros culpados.

Depois da posse de Donald Trump, tudo deverá ficar ainda melhor para Vladimir Putin. Até prova em contrário, o plano de paz do presidente eleito dos Estados Unidos para a Ucrânia significa a rendição completa dos ucranianos à Rússia, com a perda de 20% do seu território e a renúncia à adesão à Otan e à União Europeia.

Em troca, a Ucrânia receberia a promessa de Vladimir Putin de que nunca mais será invadida e teria como garantia da promessa a criação de uma área desmilitarizada na fronteira. Ou seja, a Ucrânia, que venceria a guerra se o Ocidente permitisse que ela usasse em solo russo as armas que lhe foram fornecidas, sairá humilhada — com todas as perigosas consequências geopolíticas favoráveis à Rússia que a sua rendição humilhante acarretará. Quanto à sua reconstrução, não seriam nem os americanos nem os russos a financiá-la, mas os europeus ocidentais — que não foram consultados sobre o assunto resolvido unilateralmente pelos Estados Unidos e não são os agressores.

Que Donald Trump, a pretexto de economizar dinheiro dos pagadores de impostos americanos e de instaurar a paz na Europa, uma paz de cemitérios, tenha a mesma posição em relação à Ucrânia do presidente brasileiro, alinhado à Rússia pelo mais infantiloide antiamericanismo esquerdista, isso é uma das consequências da estratégia do caos internacional empregada por Vladimir Putin para embaralhar as regras do jogo e fazer avançar a sua ambição imperialista de ressuscitar a União Soviética.

O Brasil está interpretando com brilhantismo o seu papel de anão no contexto mundial, apesar de nos arvorarmos a estatura de um gigante, o que torna tudo mais patético. Seguimos a reboque da insanidade megalomaníaca do ditador russo.

No início deste mês, em discurso ao Clube Valdai, um think tank baseado em Moscou, Vladimir Putin não poderia ter sido mais lobo em pele de cordeiro:

“A velha ordem mundial desapareceu de maneira definitiva, e se estabeleceu uma luta pela formação de um novo mundo, que não é uma luta pelo poder, mas um embate de princípios. No mundo multipolar emergente, não deveria haver países e povos perdedores, ninguém deveria sentir-se desfavorecido ou humilhado (…) O Brics são um bom exemplo de cooperação construtiva no novo ambiente internacional, e entre os membros da própria Otan há quem se interesse em trabalhar em estreito contato com o Brics.”

Quase duzentos anos depois de ter empreendido uma viagem à Rússia, o Marquês de Custine, escritor francês muito arguto, continua a ser leitura obrigatória para quem quiser entender, de fato, a mentalidade russa, da qual o pensamento de Vladimir Putin é espelho.

No livro La Russie en 1839, o marquês escreveu: “A Rússia vê na Europa uma presa que lhe será entregue cedo ou tarde pelas nossas dissensões. Ela fomenta, entre nós, a anarquia, na esperança de aproveitar-se de uma corrupção favorecida por ela por ser boa para as suas intenções”.

Como se vê, a falta de leitura, das leituras certas, pode ter consequências nefastas para o Ocidente.

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